Desafio, segundo o Aurélio, é provocação.
Vencer: alcançar vitória ou vantagem, triunfar, ter bom êxito, obter resultado favorável.
Todos nós queremos vencer, ser vitoriosos.
E o que é vencer?
Para que queremos vencer?
E quando vencemos o que sentimos? Qual é a nossa vitória?
Muita gente nos considera vitoriosos. Somos de fato?
Lutamos muito para chegar até aqui. Estudar, Arrumar emprego, até mesmo termos algumas coisas materiais, fizemos muito para conseguir, quantas vezes amanhecemos acordados, estudando, até mesmo pensando como faríamos para resolver isso ou aquilo, para conseguirmos superar os obstáculos, que existem em tudo que fazemos.
Em todos os níveis, em todos os nossos papeis temos momentos de superação de desafios.
Quando de fato temos uma vitória, conseguimos vencer alguma coisa, que tenha valor para nós, e as vezes é absolutamente só para nós, sentimos uma imensa satisfação, uma alegria intensa, somos uma pessoa realizada, inteira, Vitoriosa.
Mas em pouco tempo, esquecemos, caí na rotina, não parece tão importante, outras coisas começam a surgir nas nossas vidas e a gente quer mais.
Quantos de nós tínhamos que entrar na faculdade era um grande feito, uma grande realização. Mas agora, depois de tanto tempo, e no meu caso, muito tempo! Eu terminei a faculdade em 79. já nem me lembro mais de como foi aquela vitória, e nem a alegria que senti quando consegui entrar na UNICAMP. Agora quero outros cursos, quero participar de congressos, de palestras, de conversas com quem entende de algum assunto. Já nem me lembro dos anos de faculdade.
Existe apenas uma conquista que não é assim.
É o desafio de Vencer a nós mesmos.
O Desafio de Vencer nossos limites, nossas dificuldades, nossos defeitos, nossa inércia.
Vencermos o desafio de não perder o “Tesão” pela vida, pelas coisas, por tudo!
.
De renovar o nosso amor pela esposa ou pelo marido, mesmo depois de muitos anos de casado.
Ir trabalhar todos os dias com vontade de criar, de fazer coisas novas, de encontrar a saída.
Esse é o nosso maior desafio. Essa é a nossa maior vitória.
Ter a curiosidade de uma criança. Conseguir fazer os nossos sentidos perceber o mundo a cada dia. Valorizar as pequenas coisas do comum.
Se interessar pelo mesmo, percebendo que nada é o mesmo.
Renovar as Esperanças, a vontade, a Energia de Construir um dia melhor do que o outro.
Deise Fernandes.
Porque um Blog? Por ser acessível a todos, a meu ledor de telas, que é a tecnologia que uso por ser deficiente visual, por ser rápido e simples. Que nome? Um nome que pudesse identificar um lugar onde eu possa falar, dialogar e refletir sobre minhas experiências. O nome que escolhi foi TODOS OLHARES. Olhar para tudo, para o que vivenciamos e que vale a pena compartilhar, olhares sobre o passado, presente e futuro. Assim nasce TODOS OS OLHARES. Deise Fernandes
quarta-feira, 28 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Diversos somos todos nós
Todos acreditamos na frase de Reinaldo Bulgarelli: “Diversos não são os outros, diversos, somos todos nós.” ninguém duvida que somos todos diferentes, com características físicas, psicológicas, e culturais muito diferentes, e quando pensamos na história mais e maiores diferença encontramos. Todavia, quando pensamos em uma pessoa com deficiência, essas diferenças vão além. As diferenças de uma pessoa com deficiência vêm carregadas de significados, de interpretações, que levam à construção de imagens, que por sua vez também estão carregadas de emoção, impregnadas das vivências ou não, com uma pessoa com deficiência. Isso sem falar do medo que todos temos de adquirir uma deficiência ao longo da vida.
Muitos foram os que tentaram eliminar a incoerência dos conceitos, mas a palavra “deficiente” tem um significado muito forte. Freqüentemente é confundido “deficiente” como antônimo de “eficiente”, que por sua vez leva à idéia de “incapaz”. Idéia que se fortalece, quando não existe vivência com uma pessoa com deficiência, ou se a vivência for com uma pessoa cuja deficiência seja de fato limitante e incapacitante.
E aqui outra questão aparece, “generalização”. de novo, a frase “Diversos não são os outros, Diversos somos todos nós”, não é aplicada para a pessoa com deficiência. O simples fato de ter uma deficiência semelhante ao outro, já é determinante que seja igual. As diferenças individuais, familiares, socioeconômicas, psicológicas, não são levadas em consideração.
A sociedade constrói seus valores culturais, se organiza conforme eles, e se expressam através das palavras. Portanto, o primeiro grande desafio das pessoas com deficiência é superar o significado e a imagem que lhes é imposta pela palavra “deficiente”.
Seu desafio começa na família, que não espera e nem quer ter um filho com deficiência, depois na escola, na sociedade, e por fim na empresa. Outro valor cultuado pela sociedade é o sucesso, que define que para se ter sucesso é necessário ser perfeito, completo, forte, ter tudo em ordem, portanto, aquele que não tem alguma parte do seu corpo, não pode conseguir o sucesso, a ordem, o progresso, e leva o estigma de dependente, com necessidade de tutela.
No fundo, a frase “Diversos não são os outros, diversos somos todos nós” é muito mais frase de desejo do que de realidade, na medida em que a sociedade reconhece e valoriza os iguais, homogêneos, aqueles que de todas as formas atendam suas exigências.
O mais cruel é que a sociedade cria suas regras, e mesmo que essas sejam incoerentes ou injustas, todos acreditam e as seguem. Mesmo aqueles que são os estigmatizados acreditam que de fato são inferiores, menores, menos. E, as pessoas com deficiência também trazem dentro de si os conceitos impostos pela cultura, e precisam superar os sentimentos de inferioridade e incapacidade.
É necessário que se reconstruam esses valores, tanto da pessoa com deficiência, como da sem deficiência, porque as imagens construídas estão na cabeça dos dois lados, e de muitas formas se alimentam, impedindo que se estabeleçam relacionamentos responsáveis e sustentáveis.
Deise Fernandes
Muitos foram os que tentaram eliminar a incoerência dos conceitos, mas a palavra “deficiente” tem um significado muito forte. Freqüentemente é confundido “deficiente” como antônimo de “eficiente”, que por sua vez leva à idéia de “incapaz”. Idéia que se fortalece, quando não existe vivência com uma pessoa com deficiência, ou se a vivência for com uma pessoa cuja deficiência seja de fato limitante e incapacitante.
E aqui outra questão aparece, “generalização”. de novo, a frase “Diversos não são os outros, Diversos somos todos nós”, não é aplicada para a pessoa com deficiência. O simples fato de ter uma deficiência semelhante ao outro, já é determinante que seja igual. As diferenças individuais, familiares, socioeconômicas, psicológicas, não são levadas em consideração.
A sociedade constrói seus valores culturais, se organiza conforme eles, e se expressam através das palavras. Portanto, o primeiro grande desafio das pessoas com deficiência é superar o significado e a imagem que lhes é imposta pela palavra “deficiente”.
Seu desafio começa na família, que não espera e nem quer ter um filho com deficiência, depois na escola, na sociedade, e por fim na empresa. Outro valor cultuado pela sociedade é o sucesso, que define que para se ter sucesso é necessário ser perfeito, completo, forte, ter tudo em ordem, portanto, aquele que não tem alguma parte do seu corpo, não pode conseguir o sucesso, a ordem, o progresso, e leva o estigma de dependente, com necessidade de tutela.
No fundo, a frase “Diversos não são os outros, diversos somos todos nós” é muito mais frase de desejo do que de realidade, na medida em que a sociedade reconhece e valoriza os iguais, homogêneos, aqueles que de todas as formas atendam suas exigências.
O mais cruel é que a sociedade cria suas regras, e mesmo que essas sejam incoerentes ou injustas, todos acreditam e as seguem. Mesmo aqueles que são os estigmatizados acreditam que de fato são inferiores, menores, menos. E, as pessoas com deficiência também trazem dentro de si os conceitos impostos pela cultura, e precisam superar os sentimentos de inferioridade e incapacidade.
É necessário que se reconstruam esses valores, tanto da pessoa com deficiência, como da sem deficiência, porque as imagens construídas estão na cabeça dos dois lados, e de muitas formas se alimentam, impedindo que se estabeleçam relacionamentos responsáveis e sustentáveis.
Deise Fernandes
sexta-feira, 9 de julho de 2010
NEGROS
Apesar dos 122 anos desde a assinatura da LEI ÁUREA, Libertação dos Escravos, ainda temos dificuldades de conviver com os Negros.
Quantos negros nós conhecemos? Quantos negros têm nos ambientes que freqüentamos? Nas empresas que trabalhamos? Na Escola? Nos bares e restaurantes?
Aqui no Brasil entre pardos e pretos, por auto-declaração, somam 51% da população.
Onde estão?
Ainda estão nos morros, onde foram se refugiar quando libertados em 1888;
Nunca conseguiram descer.
Se encontrarmos um negro em uma rua deserta no início da noite, quem de nós não terá medo? Nossas crenças e atitudes ainda são do Senhor do engenho.
A Jorgete Lemos, uma profissional de RH admirável, disse outro dia em uma palestra, que ser negro, é constantemente receber Olhares Atravessados.
E são esses Olhares, que impedem, espantam os Negros dos lugares, mesmo sendo públicos.
Quando um ou outro negro rompe essas barreiras, que por serem invisíveis são muito fortes começa outra luta tão ou mais difícil. Que é a ascensão na carreira, no caso de empresas, ou ser aceito nos ambientes sociais. Mais do que Aceitos, Serem bem vindos, serem tratados com igualdade.
Onde encontramos os Negros? O mais comum é na base da pirâmide. Os lugares reservados para os negros são pouco mais do que ocupavam na época da escravidão nas casas do Senhor de engenho ou no trabalho da lavoura.
O dia 14 de maio de 1888, que trouxe aos negros a Liberdade sem estrutura, sem Educação, sem trabalho, sem amparo, sem apoio, se arrasta até os dias de hoje.
Nós brancos nos defendemos com o argumento de que os negros não estão capacitados para o trabalho das empresas, porém não existe estrutura para que consigam se capacitar.
O preconceito no Brasil é invisível. Não raro colocamos a culpa no colo da vítima.
Podem perguntar para qualquer negro, eles irão contar uma história de exclusão. E também irão contar que quando, em algumas raras vezes eles reclamaram, o ofensor, invariavelmente responde, mas como, eu? De jeito nenhum, é você quem esta vendo isso, eu não disse e nem tive essa intenção.
Quando será que de fato Libertaremos os Negros?
Quando os aceitaremos como Brasileiros e não os julgaremos pela cor da pele?
Enquanto não conseguirmos aceitar “TODOS” como iguais, teremos dificuldade de construir um Mundo melhor e mais justo.
Deise Fernandes.
Quantos negros nós conhecemos? Quantos negros têm nos ambientes que freqüentamos? Nas empresas que trabalhamos? Na Escola? Nos bares e restaurantes?
Aqui no Brasil entre pardos e pretos, por auto-declaração, somam 51% da população.
Onde estão?
Ainda estão nos morros, onde foram se refugiar quando libertados em 1888;
Nunca conseguiram descer.
Se encontrarmos um negro em uma rua deserta no início da noite, quem de nós não terá medo? Nossas crenças e atitudes ainda são do Senhor do engenho.
A Jorgete Lemos, uma profissional de RH admirável, disse outro dia em uma palestra, que ser negro, é constantemente receber Olhares Atravessados.
E são esses Olhares, que impedem, espantam os Negros dos lugares, mesmo sendo públicos.
Quando um ou outro negro rompe essas barreiras, que por serem invisíveis são muito fortes começa outra luta tão ou mais difícil. Que é a ascensão na carreira, no caso de empresas, ou ser aceito nos ambientes sociais. Mais do que Aceitos, Serem bem vindos, serem tratados com igualdade.
Onde encontramos os Negros? O mais comum é na base da pirâmide. Os lugares reservados para os negros são pouco mais do que ocupavam na época da escravidão nas casas do Senhor de engenho ou no trabalho da lavoura.
O dia 14 de maio de 1888, que trouxe aos negros a Liberdade sem estrutura, sem Educação, sem trabalho, sem amparo, sem apoio, se arrasta até os dias de hoje.
Nós brancos nos defendemos com o argumento de que os negros não estão capacitados para o trabalho das empresas, porém não existe estrutura para que consigam se capacitar.
O preconceito no Brasil é invisível. Não raro colocamos a culpa no colo da vítima.
Podem perguntar para qualquer negro, eles irão contar uma história de exclusão. E também irão contar que quando, em algumas raras vezes eles reclamaram, o ofensor, invariavelmente responde, mas como, eu? De jeito nenhum, é você quem esta vendo isso, eu não disse e nem tive essa intenção.
Quando será que de fato Libertaremos os Negros?
Quando os aceitaremos como Brasileiros e não os julgaremos pela cor da pele?
Enquanto não conseguirmos aceitar “TODOS” como iguais, teremos dificuldade de construir um Mundo melhor e mais justo.
Deise Fernandes.
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