sexta-feira, 9 de julho de 2010

NEGROS

Apesar dos 122 anos desde a assinatura da LEI ÁUREA, Libertação dos Escravos, ainda temos dificuldades de conviver com os Negros.
Quantos negros nós conhecemos? Quantos negros têm nos ambientes que freqüentamos? Nas empresas que trabalhamos? Na Escola? Nos bares e restaurantes?
Aqui no Brasil entre pardos e pretos, por auto-declaração, somam 51% da população.
Onde estão?
Ainda estão nos morros, onde foram se refugiar quando libertados em 1888;
Nunca conseguiram descer.

Se encontrarmos um negro em uma rua deserta no início da noite, quem de nós não terá medo? Nossas crenças e atitudes ainda são do Senhor do engenho.

A Jorgete Lemos, uma profissional de RH admirável, disse outro dia em uma palestra, que ser negro, é constantemente receber Olhares Atravessados.
E são esses Olhares, que impedem, espantam os Negros dos lugares, mesmo sendo públicos.

Quando um ou outro negro rompe essas barreiras, que por serem invisíveis são muito fortes começa outra luta tão ou mais difícil. Que é a ascensão na carreira, no caso de empresas, ou ser aceito nos ambientes sociais. Mais do que Aceitos, Serem bem vindos, serem tratados com igualdade.

Onde encontramos os Negros? O mais comum é na base da pirâmide. Os lugares reservados para os negros são pouco mais do que ocupavam na época da escravidão nas casas do Senhor de engenho ou no trabalho da lavoura.

O dia 14 de maio de 1888, que trouxe aos negros a Liberdade sem estrutura, sem Educação, sem trabalho, sem amparo, sem apoio, se arrasta até os dias de hoje.

Nós brancos nos defendemos com o argumento de que os negros não estão capacitados para o trabalho das empresas, porém não existe estrutura para que consigam se capacitar.

O preconceito no Brasil é invisível. Não raro colocamos a culpa no colo da vítima.
Podem perguntar para qualquer negro, eles irão contar uma história de exclusão. E também irão contar que quando, em algumas raras vezes eles reclamaram, o ofensor, invariavelmente responde, mas como, eu? De jeito nenhum, é você quem esta vendo isso, eu não disse e nem tive essa intenção.

Quando será que de fato Libertaremos os Negros?
Quando os aceitaremos como Brasileiros e não os julgaremos pela cor da pele?

Enquanto não conseguirmos aceitar “TODOS” como iguais, teremos dificuldade de construir um Mundo melhor e mais justo.

Deise Fernandes.

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