Hoje lembrei-me da Fome, pensei nas “Fomes” que temos, de todas as fomes, as sólidas com gosto e cores, mas também das que são invisíveis mas causam desnutrição e doenças tão ou mais do que as primeiras.
A minha geração, tem “fome” diferente das gerações mais novas, que também são diferentes das gerações mais velhas, mas todas têm pontos em comum:
Temos fome da Verdade.
Temos fome da Justiça.
Temos fome de amigos.
Temos fome de respeito.
Temos fome de desafios
Temos fome de simplicidade.
Temos fome de sermos valorizados e aceitos, mais do que Aceitos, sermos bem vindos nos lugares que freqüentamos.
Temos muitas fomes comuns, porque são necessidades universais, eternas.
Na verdade são Valores Éticos.
E são desses valores que sentimos falta, sentimos fome!
A crise que enfrentamos, dizem os grandes pensadores, como Leonardo Boff, Leo Buscaglia, Edgar Morin, a verdadeira Crise dos dias de hoje é “Falta de Valores éticos.
Falta de celebrar o Sagrado”.
Acabamos banalizando, minimizando e deteriorando tudo.
Até mesmo nós como SER Humano.
Edgar Morin, no livro os 7 saberes da educação do futuro, diz que “...precisamos aprender a condição Humana, compreender o Ser humano”.
A gente se perdeu.
Em algum momento da nossa Caminhada, a gente se perdeu. Ou pelo menos, fomos deixando no caminho, perdendo na beira da estrada esses Valores que tanto nos fazem bem, que tanto nos fazem falta.
É possível que você que está lendo esse texto, esteja se perguntando, mas porque estou lendo isto? Porque estou perdendo meu tempo em ler essas coisas?
Sobre ética e ser Humano. Não tenho tempo para perder com o que essa Pessoa pensa a respeito desses temas. Em que ela se baseou? Onde está a fundamentação teórica?
Aqui está o problema.
Estamos tão apartados de nós, do Humano, que queremos a lógica, o racional, o planejamento, os objetivos, os resultados, os gráficos, a regra, a política, as evidências.
Esquecemos que o racional, o que tanto valorizamos e que é valorizado pelas Empresas é apenas um barquinho no mar de emoções que é o Ser Humano. Que no final de tudo o que decide o que escolhe, o que determina são nossas emoções, nossas experiências.
A maior parte do nosso tempo somos emoções.
E é por elas e através delas que vamos fazendo nossas Escolhas, criando, imaginando, fantasiando, fortalecendo modelos mentais, que insistimos em acreditar que são Verdades. As vezes nem temos consciência de estarmos sendo guiados por eles de tão enraizados, tão dentro de nossas atitudes estão. E nem percebemos que são crenças que herdamos que se pensarmos um pouco nos assustaremos com tanta bobagem, com tantos conceitos ultrapassados.
A questão maior é que nenhuma dessas Crenças, dessas Verdades, estão fazendo com que a gente seja mais Feliz.
Que a gente seja mais generoso conosco e com os outros.
Temos falhado muito em muitos pontos nos relacionamentos.
Avançamos em muita coisa, mas estamos na idade da pedra no que diz respeito aos relacionamentos.
Ainda olhamos de forma diferente para um ser humano que é da cor preta.
Para quem é mais velho ou que não tenha um pedaço do corpo ou mesmo uma parte dele que não funcione bem.
Para as Mulheres, homossexuais e os ex-presidiários.
Muitos de nós reagimos veementemente e com verdade: Mas não é bem assim! Tenho amigas mulheres maravilhosas!
Negros incríveis. Ok, deve ser verdade, existem muitos exemplos que conseguiram furar as barreiras e alcançaram sucesso e até notoriedade, apesar das dificuldades, mas a reflexão é do coletivo, e não do particular.
Se observarmos no coletivo vamos assustar.
O número de pessoas que excluímos é assustador, as estatísticas estão aí para provar. Como sociedade rotulamos e desprezamos todos os que não estão dentro dos padrões, das regras, que nosso consciente coletivo determinou como Certo, Verdadeiro, aprovado.
Não raro somos nós mesmos os excluídos. Quem não tem uma história de exclusão para contar? Pela cor do cabelo pela roupa que veste pelo conhecimento que tem enfim, por qualquer diferença que esteja em dissonância com a situação que estamos no momento.
E certamente não nos sentimos confortável em sermos postos de lado.
Está mais do que na hora de revermos nossos conceitos. De forma definitiva, profunda e Humana. Esse é o convite e um grande desafio dos tempos que se avizinham.
Deise Fernandes
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