terça-feira, 2 de novembro de 2010

PAIXÃO

O velho poeta já dizia: “São demais os perigos dessa vida, pra quem tem paixão...” Sabemos que ele tinha muita razão.
A paixão, as idéias, pessoas ou coisas que nos apaixonamos nos tiram do chão, nos despertam vontades, forças, energias, que nem imaginávamos possuir.
Muitos de nós mudamos o rumo de nossas vidas quando nos apaixonamos, quando em nosso coração e nossa mente aquele sentimento tem conecção, tem lugar e faz todo o Sentido.

São os apaixonados que criam novas teorias, novos rumos para a humanidade. Aqueles que se apaixonam por uma idéia. Luterking, Gandhi, e tantos outros, antes de tudo, eram apaixonados pela Igualdade, pelo Respeito as Diferenças, na verdade pelas pessoas.
Hitler também era apaixonado pela Raça Ariana, e por essa paixão lutou a até sua morte e a morte de tantos.

O Poeta tem razão: “São demais os perigos da paixão.” Ela pode construir e destruir, elevar ou rebaixar, criar ou aniquilar.

A paixão nos cega para o que nos rodeia nos tira a capacidade de análise, de considerar outros pontos de vista. A Paixão nos foca em um único ponto, e não raro, largamos tudo e todos para conseguir, para estar lá, para chegar onde pensamos estar o ideal da Vida.

A paixão cega a convicção, a certeza, o absolutismo. Sentimentos que podem levar Povos para a Guerra, mas também mobiliza, assiona uma energia que não sabemos possuir, e se bem canalizada pode transformar o Mundo.

Os Perigos não estão no Sentimento, mas no que fazemos com essa força.Para onde estamos olhando, qual é nosso foco, nossos princípios, nossos valores.

Como tudo, a paixão é construtiva, não tem nada de Perigo em nos apaixonar, a questão é o exagero e o Foco.

Deise Fernandes.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SUPERAÇÃO

Na minha empresa está no ar uma campanha para que todos os colaboradores escrevam uma História de Superação. As cinco melhores ganharão prêmio.

Li algumas delas, e estranhei o que as Pessoas entendem por Superação.
A grande maioria conta passagens de suas vidas que enfrentaram uma doença, uma deficiência, a perda de alguém muito querido. Não entendo essas situações como superação. É claro que são difíceis, que precisa de muito esforço, dedicação e coragem para enfrentar, mas também são situações que serão superadas de uma forma ou de outra.

Existem situações que não temos escolhas. A força da vida é maior do que nossas vontades, aliás, se pudéssemos não passaríamos por aquilo. E não temos alternativa a não ser ir em frente.

Superação para mim é aquela situação que eu quero que aconteça, que eu vou atrás, que faço por onde, um aprendizado novo, um sonho a realizar, um vício a enfrentar, uma vontade a conquistar.

Querer aprender uma nova língua, e ter muita dificuldade, mas insistir, dominar os limites, estudar muito, treinar outro tanto, e conseguir chegar ao final do curso e saber falar o idioma que escolhi.

Apesar das barreiras, conseguir fazer todos os exames e tratamentos terríveis e conseguir ter o filho tão esperado e sonhado. Fazer a viagem dos sonhos, comprar a casa, concluir a faculdade, arranjar aquele emprego. Nossa! São tantas Superações na vida, no dia a dia, que não caberia aqui...

Encarar as vontades não tão nobres e supera-las, não deixar que elas nos domine. Conseguir parar de fumar, de falar da vida dos outros, de ser pessimista. Conseguir se aceitar, se perdoar, se acreditar. Olhar para o espelho e encontrar todos os nossos Talentos e nossos pontos a melhorar.

A Verdadeira Superação é aquela que a gente amanhece e anoitece pensando nela, cuidando de cada detalhe, enfrentando cada recaída, não desanimando nunca, porque valorizamos aquilo, tem um objetivo, quer chegar lá, quer poder olhar pra trás e dizer, eu consegui.

Em alguns momentos quase desisti, mas consegui. Hoje sou melhor, não só pela conquista, mas principalmente pelo Caminho, por cada passo, por ter tido coragem de enfrentar minhas sombras e minha Luz.
Por ter um ideal, e o ter perseguido.
Porque no final e a cabo, eu me Superei.

Deise Fernandes.

Ser Criança

Ministro aula na Faculdade de Psicologia, na Anhanguera Educacional, e outro dia uma de minhas alunas me disse que nos primórdios dos tratamentos Terapêuticos, não existia “ Psicologia Infantil”, que todas as crianças eram tratadas como Adultos Pequenos. Hoje, continua ela, depois de algum tempo de vida e de estudos em psicologia, entendo que na verdade, existia um grande equívoco naquela época, não são as Crianças que são Adultos pequenos, mas são os Adultos que são Crianças Grandes.

Achei muito interessante esse comentário, porque é exatamente o que penso. No fundo somos Crianças Crescidas, temos as mesmas necessidades de carinho, atenção, cuidados do que quando éramos crianças. Temos as mesmas curiosidades, vontade de conhecer, explorar, inventar, da mesma forma quando eramos crianças.

Nenhum de nós sente a idade que temos. Nos assustamos quando lembramos de quantos anos já vivemos, a grande maioria de nós, não sentiu os anos passar, a idade chegar.

Ainda temos muita energia, vontade de brincar com os fatos da vida, rimos do que nos acontece, fazemos piadas de quase tudo, mesmo de situações das mais pesadas, no fundo não levamos nada muito a sério.

Temos medos, que se tivermos coragem de assumir, vamos reconhecer que são infantis. Medo do escuro, medo de fantasma, medo do gerente, medo da chuva, de vento forte, de perder entes queridos.

Temos ações e reações da criança que fomos. Quem é pai ou mãe sabe do que eu estou falando. Quantas vezes reconhecemos em nossos filhos adultos as ações que tinham com 2 ou 3 anos de idade.

Talvez o único alerta que temos do tempo são as limitações físicas. Em definitivo, não temos a mesma flexibilidade, a mesma energia física de uma criança, mas mentalmente falando, somos muito mais produtivos, porque temos mais experiência, vivencia, e autonomia para realizar nossos Sonhos, nossas vontades.

Feliz dia da Criança para todos nós.

Deise Fernandes.

domingo, 26 de setembro de 2010

ESCOLHAS

Já li em algum lugar que fazemos pelo menos 1000 Escolhas por dia: Abrir ou não os olhos quando acordamos, levantar ou não da cama, colocar o pé direito ou esquerdo no chão, escovar ou não os dentes, tomar ou não café com leite, comer pão, passar manteiga ou requeijão, que roupa vestir para o trabalho, que caminho escolher para chegar lá, o que fazer primeiro dentro das nossas demandas diárias, e assim por diante.

Muitas delas fazemos sem ao menos pensar, já estão no automático, já decidimos lá atrás qual seria a Escolha. Por um lado é positivo termos essas Escolhas já decididas cansam menos, perdemos menos tempo, porém, se muito cimentadas, podemos criar crenças, formas de ver e agir que nos amarram, limitam e nos impedem de conhecer o novo.

Existem, porém, as Escolhas que precisamos fazer porque o tema, a situação é Nova, não temos registros e teremos de tomar uma posição. Algumas são quase que obvías, por conta de nossas experiências e maturidade. É quase certo que eu não Escolheria ir em uma Festa de Roque pauleira, minha história é de não gostar de roque, mesmo quando era mais jovem.

Outras Escolhas, não são tão simples assim, é necessário reflexão, calma, revisitar os valores, os princípios. E por fim, temos as Escolhas que questionam nossa Ética.

Por exemplo, se estiver vendendo meu carro, que sei estar comproblemas mecânicos, e o comprador me perguntar, tem algum problema no motor? Imediatamente respondo: que eu saiba não.

Não menti, porém, fui discimulada. Se no dia seguinte ele encontrar algum problema, não poderá me acusar, minha resposta foi evasiva, sem me comprometer.
E faço isso porque se contasse os problemas que sei do motor do carro, certamente o preço cairia, e eu preciso daquele dinheiro.

Situações como essas acontecem todos os dias, e nem sempre em questões de vendas, aparece dentro do trabalho, da família, com os amigos, na política, em todos os seguimentos de nossas Vidas.

Os Interesses. No fim e a cabo, são eles que nos dirigem que direcionam nosssas Escolhas.

Para nos mantermos dignos, Éticos, precisamos rever constantemente nossos Interesses. O que estamos defendendo. Que caminhos queremos seguir. A favor de quem? O que é importante? De que Ética somos seguidores?

Deise Fernandes.

domingo, 19 de setembro de 2010

COMUNICAÇÃO

Já dizia o “velho Guerreiro” Chacrinha, QUE QUEM NÃO SE COMUNICA SE ESTRUMBICA.
O Velho guerreiro tinha toda razão, e não só na época do seu Programa de Tv, até hoje esse é um dos nossos maiores desafios a superar.
Conseguir nos Comunicar conosco mesmo, nos entendendo mais e melhor, não é uma tarefa fácil. Temos dificuldade de nos aceitar como somos, estamos constantemente criando impecílhos e dúvidas para nossas intuições, os sinais de nosso corpo, nossos sentimentos. Em definitivo nos comunicamos muito mal com nossos pensamentos, emoções, sentimentos e até mesmo com nossas ações.

Nessa confusão interna, a Comunicação com os outros é muito truncada, difícil, cheia de maus entendidos, que nos levam a separações, desentendimentos, mágoas e até rancor, não poderia ser diferente.
Em relação ao ambiente que nos cerca, também não somos muito melhores, frequentemente temos interpretações e conclusões equivocadas. Somos míopes em enxergar claramente o que nos rodeia, os sinais da natureza e dos resultados de nossas ações.

Também temos barreiras muito fortes que nos limitam para entender o que existe além da vida Material. Muitos de nós não refletimos sobre o Sentido de vida, o porquê de estarmos aqui na Terra, nessa época, nessa situação, com essas pessoas. Qual é o sentido da nossa Vida. Para que acontecem os fatos, o que existe de coincidência ou fatalidade no nosso Caminho. O que é causa e o que é conseqüência.

Não estamos nos comunicando bem, em nenhum dos aspectos e nossas vidas também não estão sendo fáceis, exatamente por essa dificuldade. Ta na hora de virarmos a mesa, de quebrarmos o círculo vicioso e transforma-lo em Virtuoso.

Alguém tem que romper, fazer diferente, mudar o rumo das coisas. Não teremos resultados diferentes se permanecermos com atitudes iguais.
Estamos todos no mesmo barco, querendo soluções, resolver todos os maus entendidos, todos os equívocos. Vamos começar. Vamos acreditar. Vamos nos Superar.

Começando em olhar para nós mesmos e nos aceitar como somos, acreditar na nossa capacidade, enfrentar nossas sombras.
Deixar os sentimentos falarem por nós.
Ser sensível, carinhoso e cuidadoso, conosco, com os outros e com nosso ambiente.

Com certeza teremos sinais de orientação para os próximos passos.

Deise Fernandes.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

GUERRAS

Ontem comecei a ler um livro que promete ser uma leitura muito interessante: AMANHÃ É OUTRO DIA autor JOHANNES MARIO SIMMEL. Fala de 7 pessoas que se esconderam em um abrigo subterrâneo durante um ataque aéreo na cidade de Viena em março de 1945.
Pelo que já li, dá para perceber que o livro vai girar em torno das relações entre as pessoas em situações limites, mas o livro me inspirou a pensar sobre Guerras.

Nesse e em outros livros que falam de Guerras, e em filmes, (nunca tive oportunidade de conversar com pessoas que tenham vindo de uma Guerra) percebo que ninguém quer, ninguém gosta, que só existem sofrimentos, sacrifícios, destruição, desperdícios de vidas de jovens. Nenhum de nós em sã consciência quer a Guerra, mas desde que se tem notícias da História da Humanidade, existem as Guerras, os conflitos por Poder, território ou mesmo os Políticos.

Fico muito intrigada com a incoerência que temos entre pensamento e ação, querer e fazer, Acreditar e por em prática. Existe uma distância enorme entre não gostar de Guerras e acabar convivendo com elas, e pior, as Guerras atuais, a gente nem se importa mais, são tantas e a tantos anos que já fazem parte, e pouco ou nada fazemos para mudar esse estado de coisas.

O pior é que não é só com Guerras, até porque no Brasil nunca tivemos, o que de certa forma explica a nossa indiferença, porém, temos situações de guerras debaixo de nosso nariz, e também somos indiferentes a elas.

A situação da violência, da fome, da desigualdade social, do consumo sem limites, da Educação de baixa qualidade, da exploração da natureza, da quantidade enorme de crianças que morrem antes de 1 ano de idade, pelo vício das drogas que, apesar de não admitirmos está cada dia mais incontrolável, com a depressão que a ciência não consegue encontrar a saída, e com tantas outras Guerras particulares ou coletivas, que nós Humanidade não conseguimos superar.

O contrário de Guerra é PAZ, e até hoje não conseguimos a PAZ que tanto queremos e precisamos.

Talvez, a solução comece em encontrarmos a Paz dentro de nós, e só então conseguiremos conquistar a PAZ em todos os ambientes que fazemos parte, na família, comunidade, estado, o País, e quem sabe poderemos contribuir com o Planeta.
Mas certamente teremos de transformar nossa PAZ interior em atitudes, ações, prática real, em vontade e Fazer, para que de fato possamos transformar.
Apenas a consciência passiva não nos levará a nada, aliás, como acontece até hoje.


Deise Fernandes.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

TRISTEZA

De vez em quando, sem razão aparente, sem motivos lógicos, vem um sentimento de Tristeza que a gente não consegue entender e nem explicar.
Um aperto no coração, um buraco no estômago, uma vontade enorme de chorar.
Parece queda de energia Vital, que a resistência baixou que a imunidade está abalada.

Não temos vontade de fazer nada, queremos mesmo é ficar quieta, num canto escuro, sem conversar com ninguém, sem pensar em nada.
Baixa um bode, que nos tira do chão, ou melhor, nos enterra em um buraco fundo, escuro, sem ar.

Dali a pouco, devagarzinho, a gente vai se animando, reagindo, levantando, e começa a retornar a nossa Energia Natural, e vamos voltando a viver o dia a dia.

Às Vezes é rápido, outras nem tanto, outras ainda demoram muito até que a gente retome o que somos na íntegra.

Cada vez mais fico sabendo de Pessoas que passam por isso. Até mesmo casos mais graves que demoram anos para voltar ao seu estado natural.

Mas parece que é geral, tem um dia, uma época, que todos nós passamos por esses momentos, essa Tristeza inexplicável.

Ou Será que tem explicação.

Seria a Vida cada vez mais corrida, e o inconsciente dá um breque, para podermos descansar?
Será que são tantos desafios, tantos enfrentamentos de dificuldades, tantas responsabilidades a assumir, que chega uma hora que a mente decide diminuir o ritmo?
Será que é o cansaço da lida da vida, que nos faz perder a energia?
Será que é a época em que estamos vivendo, com tudo muito intenso, corrido, pesado, ansioso, preocupado, que vai sugando nossas energias?

Não sei, mas um grande remédio é encontrarmos formas de nos reabastecer, de nos alimentar de pensamentos bons, de energia boa, para podermos superar os momentos de baixa.

Deise Fernandes.

domingo, 29 de agosto de 2010

LEGADO

Faço parte de uma lista de Deficientes Visuais, onde partilhamos livros Digitalizados, e hoje chegou um livro com o título Legado, não abri o arquivo ainda, mas esse é um tema que me intriga já a algum tempo.

Qual será o Legado que eu deixarei.
O que tenho construído que de fato servirá de exemplo, orientação para os que virão depois de mim?
Como eu serei lembrada? Melhor, como eu sou lembrada hoje pelos que me conhecem?
Quando alguém fala de mim, o que será que vem na cabeça dessa pessoa como característica que me define?
Qual é a impressão que deixo nas pessoas?
Se pedisse para alguém me descrever, o que ela falaria?

É claro que tenho uma auto-imagem, mas será que é a mesma das Pessoas?
Será que eu me enxergo como os outros me enxergam?

Por outro lado, como eu vejo as pessoas?
O que guardo em mim como Legado das Pessoas que conheço?
Reconheço em mim pedaços da convivência que tenho com as Pessoas?

Como me lembro dos meus amigos e mesmo os conhecidos?
O que eles me ensinaram?

Quase nunca paro para pensar essas coisas, não tenho valorizado e reconhecido o quanto as Pessoas da minha Vida me ensinaram, me ajudaram a ser o que sou hoje.

São detalhes, uma frase, uma situação, um momento, mas que ficam gravados em nós o resto da Vida.

Tomara que eu esteja construindo um Legado.
Tomara que por onde eu passe deixe uma experiência boa.
Tomara que as Pessoas que me conheçam tenham boas recordações de mim.

Pelo meu lado, vou cada vez mais guardar lembranças boas das Pessoas que passarem por minha vida.
Vou prestar atenção e valorizar só os fatos positivos.
Vou agradecer a todos que me ensinaram alguma coisa, por mínimo que seja, mas com certeza compõe a Pessoa que sou.

Vou agradecer a Vida, pelas oportunidades, pelo aprendizado.
Vou me abrir para ensinar o que sei e aprender o que ainda não tive ocasião.
Vou querer solidificar meu Legado.
Vou pensar em escrever um livro com minhas experiências.

Deise Fernandes.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

GRIPE

Nessa semana meu corpo tomou conta de mim.
Logo de manhã ele simplesmente me disse: Não sei o que vc vai fazer, mas eu vou ficar deitado.

E eu não consegui me levantar, não fui trabalhar. Não consegui fazer nada, o corpo reclamava minha inércia cada vez que eu tentava fazer um movimento, por menor que fosse, não conseguia. Se insistisse, a dor nas costas, na cabeça, nas pernas, nos braços, as vezes até no céu da boca, eram lancinantes.

Bem no meio da semana, com um milhão de coisas a fazer, a estudar, e eu na cama, sem vontade, sem coragem, sem condições de fazer nada.
Tinha que tomar uma decisão, ficava quieta, dormindo, aproveitando para descansar, ou ficava mais nervosa, angustiada, ao lembrar de tudo o que estava parado a minha espera.

Resolvi esquecer dos compromissos e cuidar do meu corpo.
Já fazia tempo que não tinha esses cuidados.
Na verdade, só estava tendo nesse momento porque foi ele quem me obrigou a faze-lo.

Pierri Weil já disse em seu livro que o “corpo fala”, que nos envia sinais, que nos avisa quando precisamos parar, diminuir o passo, parar de correr e começar a andar.
Se a gente insiste em não ouvir, não demora muito ele se impõe e nos leva para a cama.

Ainda não me sinto totalmente curada, mas já consegui me levantar e começar a retomar a Vida normal.

Tomara que ele não precise me colocar deitada novamente,para que me lembre de parar de vez em quando e descansar um pouco.
Tomara que as possibilidades da Vida, me deixem respeitar as possibilidades do meu físico.
Tomara que a Mente entenda que é mais rápida que o corpo e consiga diminuir o ritmo para que eu consiga Caminhar sempre e estar Inteira.

Deise Fernandes.

domingo, 15 de agosto de 2010

AGOSTO

O mês de Agosto é inteiro especial.
É o que vem logo depois das férias, por isso estamos todos descansados.
É o que mais venta no ano, e assim o que temos a maior sensação de frio.
É mês do Folclore, tem Evento em todas as Escolas e em outro tanto de lugares.
Tem dia dos pais, o céu fica colorido de Pipas, não tem feriado, tem 31 dias.
É mês do cachorro louco, das Bruxas, da magia, da ficção, do Fantástico.
Esse ano, será 13, sexta-feira e Agosto! Vai ter muita gente com dente de alho, ramo de arruda, ferradura, banho de sal grosso para se proteger das energias desse dia.


Tem muitas estórias, histórias, contos e causos sobre o mês de Agosto, mas para mim, é o melhor mês do ano!

Tudo de bom acontece nesse mês. Grande parte das melhores coisas que passei na minha vida se realizaram ou deu início em agosto.

Fico esperando Agosto chegar, porque sei que tudo se resolverá, se encaminhará, e melhor, terei grandes surpresas boas!

Já me disseram que não é o mês, mas a minha crença que faz Agosto um mês tão especial.

Será? Pode ser, mas o que mais interessa mesmo, é que estamos em Agosto, que tudo de bom está acontecendo e vai acontecer coisas maravilhosas.

Porque é Agosto. Porque o Vento forte leva todas as mágoas, tristezas, dúvidas, e vai deixando espaços livres para o Novo, a descoberta, o aprendizado, as realizações.
Porque todos nossos sentidos ficam em alerta, e conseguimos perceber a magia no ar.
Porque Agosto desperta nossas intuições, e para aqueles que souberem ouvir e Ver, conseguirão encontrar as respostas.

Porque Agosto é um mês fértil onde poderemos plantar todas as sementes, que elas desabrocharão em Setembro.

Agosto é de fato um mês muito especial. Acreditem e conseguirão perceber essa verdade.

Deise Fernandes.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MULHERES!!!

Escrever sobre Mulheres, não é uma tarefa fácil. Existem muitos aspectos que merecem ser abordados e valorizados na vida de uma Mulher.

Um aspecto que gostaria de refletir são nossas contradições ou seria flexibilidade?
O fato é que parece que temos duas pessoas dentro de nós.
Em alguns momentos cuidamos de nosso corpo, passando dias inteiros sem comer para emagrecer 100gramas, que sem saber com, a balança teima em nos mostrar.
No outro dia, porém, comemos uma caixa de Bis, inteirinha, e nos sentimos super feliz em fazê-lo.

Umas vezes fazendo uma economia danada, sem comprar nem uma bala, para conseguir pagar um sonho maior. Outras, porém, compramos sapatos e bolsas de todas as cores da vitrine, e nos sentimos tão bem!

Às vezes estamos super donas de casa, arrumamos todas as gavetas, armários, limpeza total, e ainda temos força para fazermos um super jantar com sobremesa e tudo, outros dias... semanas... meses.... nem olhamos para os armários e muito menos para a cozinha.

Existem os meses que temos TPM de matar, e no mês seguinte, nem percebemos que estamos menstruadas.

Tem época que somos produtivas, comprometidas, criativas em nossas profissões, outras estamos desanimadas, cansadas, enjoadas de trabalhar.

Somos versáteis, flexíveis, abertas e influenciáveis pelo clima, Sol, cor da roupa, gestos, olhares, tudo e qualquer coisa pode nos mudar de humor e de ânimo.

Em definitivo, não somos fáceis de ser entendidas.
Aliás, na verdade, acho mesmo que nem queremos que alguém consiga.

Queremos encontrar nosso próprio jeito, nossas soluções, nosso equilíbrio.

Queremos ser desse jeito. De um jeito que não tem jeito, e por isso é Especial em cada Mulher.


Deise Fernandes.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Desafio de Vencer.

Desafio, segundo o Aurélio, é provocação.
Vencer: alcançar vitória ou vantagem, triunfar, ter bom êxito, obter resultado favorável.

Todos nós queremos vencer, ser vitoriosos.
E o que é vencer?
Para que queremos vencer?
E quando vencemos o que sentimos? Qual é a nossa vitória?

Muita gente nos considera vitoriosos. Somos de fato?
Lutamos muito para chegar até aqui. Estudar, Arrumar emprego, até mesmo termos algumas coisas materiais, fizemos muito para conseguir, quantas vezes amanhecemos acordados, estudando, até mesmo pensando como faríamos para resolver isso ou aquilo, para conseguirmos superar os obstáculos, que existem em tudo que fazemos.
Em todos os níveis, em todos os nossos papeis temos momentos de superação de desafios.

Quando de fato temos uma vitória, conseguimos vencer alguma coisa, que tenha valor para nós, e as vezes é absolutamente só para nós, sentimos uma imensa satisfação, uma alegria intensa, somos uma pessoa realizada, inteira, Vitoriosa.
Mas em pouco tempo, esquecemos, caí na rotina, não parece tão importante, outras coisas começam a surgir nas nossas vidas e a gente quer mais.

Quantos de nós tínhamos que entrar na faculdade era um grande feito, uma grande realização. Mas agora, depois de tanto tempo, e no meu caso, muito tempo! Eu terminei a faculdade em 79. já nem me lembro mais de como foi aquela vitória, e nem a alegria que senti quando consegui entrar na UNICAMP. Agora quero outros cursos, quero participar de congressos, de palestras, de conversas com quem entende de algum assunto. Já nem me lembro dos anos de faculdade.

Existe apenas uma conquista que não é assim.
É o desafio de Vencer a nós mesmos.
O Desafio de Vencer nossos limites, nossas dificuldades, nossos defeitos, nossa inércia.

Vencermos o desafio de não perder o “Tesão” pela vida, pelas coisas, por tudo!
.
De renovar o nosso amor pela esposa ou pelo marido, mesmo depois de muitos anos de casado.
Ir trabalhar todos os dias com vontade de criar, de fazer coisas novas, de encontrar a saída.

Esse é o nosso maior desafio. Essa é a nossa maior vitória.

Ter a curiosidade de uma criança. Conseguir fazer os nossos sentidos perceber o mundo a cada dia. Valorizar as pequenas coisas do comum.
Se interessar pelo mesmo, percebendo que nada é o mesmo.
Renovar as Esperanças, a vontade, a Energia de Construir um dia melhor do que o outro.

Deise Fernandes.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Diversos somos todos nós

Todos acreditamos na frase de Reinaldo Bulgarelli: “Diversos não são os outros, diversos, somos todos nós.” ninguém duvida que somos todos diferentes, com características físicas, psicológicas, e culturais muito diferentes, e quando pensamos na história mais e maiores diferença encontramos. Todavia, quando pensamos em uma pessoa com deficiência, essas diferenças vão além. As diferenças de uma pessoa com deficiência vêm carregadas de significados, de interpretações, que levam à construção de imagens, que por sua vez também estão carregadas de emoção, impregnadas das vivências ou não, com uma pessoa com deficiência. Isso sem falar do medo que todos temos de adquirir uma deficiência ao longo da vida.

Muitos foram os que tentaram eliminar a incoerência dos conceitos, mas a palavra “deficiente” tem um significado muito forte. Freqüentemente é confundido “deficiente” como antônimo de “eficiente”, que por sua vez leva à idéia de “incapaz”. Idéia que se fortalece, quando não existe vivência com uma pessoa com deficiência, ou se a vivência for com uma pessoa cuja deficiência seja de fato limitante e incapacitante.

E aqui outra questão aparece, “generalização”. de novo, a frase “Diversos não são os outros, Diversos somos todos nós”, não é aplicada para a pessoa com deficiência. O simples fato de ter uma deficiência semelhante ao outro, já é determinante que seja igual. As diferenças individuais, familiares, socioeconômicas, psicológicas, não são levadas em consideração.
A sociedade constrói seus valores culturais, se organiza conforme eles, e se expressam através das palavras. Portanto, o primeiro grande desafio das pessoas com deficiência é superar o significado e a imagem que lhes é imposta pela palavra “deficiente”.

Seu desafio começa na família, que não espera e nem quer ter um filho com deficiência, depois na escola, na sociedade, e por fim na empresa. Outro valor cultuado pela sociedade é o sucesso, que define que para se ter sucesso é necessário ser perfeito, completo, forte, ter tudo em ordem, portanto, aquele que não tem alguma parte do seu corpo, não pode conseguir o sucesso, a ordem, o progresso, e leva o estigma de dependente, com necessidade de tutela.

No fundo, a frase “Diversos não são os outros, diversos somos todos nós” é muito mais frase de desejo do que de realidade, na medida em que a sociedade reconhece e valoriza os iguais, homogêneos, aqueles que de todas as formas atendam suas exigências.

O mais cruel é que a sociedade cria suas regras, e mesmo que essas sejam incoerentes ou injustas, todos acreditam e as seguem. Mesmo aqueles que são os estigmatizados acreditam que de fato são inferiores, menores, menos. E, as pessoas com deficiência também trazem dentro de si os conceitos impostos pela cultura, e precisam superar os sentimentos de inferioridade e incapacidade.

É necessário que se reconstruam esses valores, tanto da pessoa com deficiência, como da sem deficiência, porque as imagens construídas estão na cabeça dos dois lados, e de muitas formas se alimentam, impedindo que se estabeleçam relacionamentos responsáveis e sustentáveis.


Deise Fernandes

sexta-feira, 9 de julho de 2010

NEGROS

Apesar dos 122 anos desde a assinatura da LEI ÁUREA, Libertação dos Escravos, ainda temos dificuldades de conviver com os Negros.
Quantos negros nós conhecemos? Quantos negros têm nos ambientes que freqüentamos? Nas empresas que trabalhamos? Na Escola? Nos bares e restaurantes?
Aqui no Brasil entre pardos e pretos, por auto-declaração, somam 51% da população.
Onde estão?
Ainda estão nos morros, onde foram se refugiar quando libertados em 1888;
Nunca conseguiram descer.

Se encontrarmos um negro em uma rua deserta no início da noite, quem de nós não terá medo? Nossas crenças e atitudes ainda são do Senhor do engenho.

A Jorgete Lemos, uma profissional de RH admirável, disse outro dia em uma palestra, que ser negro, é constantemente receber Olhares Atravessados.
E são esses Olhares, que impedem, espantam os Negros dos lugares, mesmo sendo públicos.

Quando um ou outro negro rompe essas barreiras, que por serem invisíveis são muito fortes começa outra luta tão ou mais difícil. Que é a ascensão na carreira, no caso de empresas, ou ser aceito nos ambientes sociais. Mais do que Aceitos, Serem bem vindos, serem tratados com igualdade.

Onde encontramos os Negros? O mais comum é na base da pirâmide. Os lugares reservados para os negros são pouco mais do que ocupavam na época da escravidão nas casas do Senhor de engenho ou no trabalho da lavoura.

O dia 14 de maio de 1888, que trouxe aos negros a Liberdade sem estrutura, sem Educação, sem trabalho, sem amparo, sem apoio, se arrasta até os dias de hoje.

Nós brancos nos defendemos com o argumento de que os negros não estão capacitados para o trabalho das empresas, porém não existe estrutura para que consigam se capacitar.

O preconceito no Brasil é invisível. Não raro colocamos a culpa no colo da vítima.
Podem perguntar para qualquer negro, eles irão contar uma história de exclusão. E também irão contar que quando, em algumas raras vezes eles reclamaram, o ofensor, invariavelmente responde, mas como, eu? De jeito nenhum, é você quem esta vendo isso, eu não disse e nem tive essa intenção.

Quando será que de fato Libertaremos os Negros?
Quando os aceitaremos como Brasileiros e não os julgaremos pela cor da pele?

Enquanto não conseguirmos aceitar “TODOS” como iguais, teremos dificuldade de construir um Mundo melhor e mais justo.

Deise Fernandes.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

MUDANÇAS

Apesar de acreditarmos que tudo muda que todos passamos por Mudanças diárias, temos medos e inseguranças quando elas são mais perceptivas. Na verdade, a Mudança de fato acontece a cada minuto, e queiramos ou não temos que enfrentá-las, a grande questão é o quanto queremos ou podemos nos Transformar com elas. A mudança vem do externo e o que fazemos com ela, como a encaramos e o quanto elas irão nos transformar, vem de dentro, Cada um teremos que fazer nossas Escolhas, e sabemos o quanto são doloridas e desafiadoras.

Já faz muitos anos que um grande amigo, João, me fez imaginar a cena do trapézio, e nunca mais esqueci. Sempre que tenho que enfrentar alguma mudança essa Imagem me vem à cabeça.

Imagine dois Jovens sentados em dois trapézios, e vagarosamente começam a balançar.
Chega um momento que um deles vira de cabeça para baixo em seu trapézio.
O outro, quando percebe que o amigo já está em posição, pula do seu, para se agarrar na mão que está estendida.
A altura dos dois trapézios é de mais de 10m, e não existe rede de proteção.

Nessa imagem, tão simples, e vivida por todos nós em algum circo da infância, trás os mais importantes pontos sobre a tão temida Mudança.

Uma das reflexões que podemos fazer é que o segundo Jovem só pula do seu trapézio, porque confia no outro amigo, e na situação que vai encontrar.
Outra, é que antes de subir para aquele trapézio, e fazer essa apresentação, eles treinaram muito, estudaram muito, refletiram muito. Ninguém é louco de pular no ar sem saber minimamente o que está fazendo.

Outra ainda, é que existe um tempo para que se pule de uma situação para a outra. Se deixar que o trapézio fique muito lento, pode não alcançar a mão do amigo, como também se pular com muita velocidade pode não conseguir se segurar. Temos que ter sensibilidade em saber a hora de mudar de situação. Quando deixamos passar muito tempo, fica cada vez mais difícil, ou se formos precipitados podemos errar o pulo.

Podemos ainda refletir, sobre o momento que ele fica no ar. No caso do trapezista, por segundos, mas em nossas mudanças, nem sempre é tão rápido, aquele momento em que ficamos sem chão. Não temos mais condições de voltar a situação anterior, e ainda não estamos na situação nova. O que sabíamos não serve mais, e ainda não aprendemos o novo. Esse momento é de muita insegurança, mais passa quanto mais termos consciência que ela existe, mais rápido vai passar. Pior mesmo é quando ficamos com saudosismos inúteis.

Ninguém disse que viver é Fácil, que enfrentar mudanças, desafios, é tranqüilo, mas sabemos que são necessárias e que quase sempre não tem Rede de proteção, é ao vivo e a cores e sem ensaios.

Nossa melhor resposta para a vida é não desistir, e seguir sempre em frente.

Deise Fernandes

Rose

Todas as profissões têm valor e importância, principalmente se o profissional que a exerce sabe aproveitar as oportunidades para seu próprio crescimento e colaborar com o desenvolvimento dos outros.

A Rose é uma pessoa que sabe fazer isso muito bem, cuida das mãos e dos pés de muitas mulheres todas as semanas, e aproveita esses encontros para aprender e ensinar.
Sempre que chego ela me pergunta: O que foi que vc aprendeu nessa semana e que pode me ensinar? É incrível a vontade que a Rose tem de aprender coisas novas, de partilhar o que sabe.

Sempre se colocando a disposição das freguesas em ouvir suas angústias e dificuldades, tendo uma palavra de consolo, de conforto e de ânimo.
É muito alegre, sempre rindo, e com uma disponibilidade para o trabalho que é impressionante.
Não teve oportunidade de ter uma Formação, mas não tenho dúvida que seria uma das primeiras alunas do curso se pudesse ter freqüentado uma Universidade, arrisco a afirmar que teria feito Medicina. Tem uma forte vocação para a Cura.

Bem humorada cheia de frases, histórias que nos divertem muito durante o tempo que estamos com os pés e mãos imobilizados. E certamente com tanta energia boa, somos presenteadas com o toque que nos faz, e saímos invariavelmente muito melhores do que quando chegamos.

Obrigada rose.
Parabéns, pelo dia 14 de junho, dia da manicure.
Parabéns, por conseguir transformar sua profissão em ambiente tão agradável e tão cheio de aprendizados.


Deise Fernandes

segunda-feira, 21 de junho de 2010

MULHER-MÃE

Outro dia fui convidada para fazer uma palestra para um grupo de mães em uma Casa espírita, e foi muito interessante as reflexões que fizemos.
Os objetivos eram contribuir com as mães dessa casa espírita, sobre o papel de mãe, particularmente em relação ao sentimento de Resolvedora de todos os Problemas da Família versos o sentimento de culpa que aparece quando não consegue fazê-lo.

O ponto inicial é o Papel da Mulher perante a sociedade.
Tudo o que se espera de uma Mulher, e o que não se espera que ela faça.
Toda mulher precisa, necessariamente, ter noções de cozinha, arrumação de casa, educação, paciência, compreensão, perdão, meiguice, beleza, calma, moda, roupas limpas e bem passadas, união da família, saber mandar, pedagogia, para poder ensinar os filhos na lição de casa, ser sensível, inteligente, bonita, magra, econômica, ajudar o marido, e muito mais....
Como mulheres, temos algumas coisas a cumprir, temos expectativas a preencher, que foram criadas, antes mesmo de nascermos.
A cultura, como nos organizamos economicamente, são determinantes do jeito que somos educadas, e mesmo que sejamos rebeldes, ainda sim, traremos conosco esses traços da cultura do nosso tempo.
Nos dias atuais, particularmente para as mães a partir de 30 anos, o peso da cobrança, da insegurança, até mesmo da incoerência, é uma marca inconfundível. Quantas de nós, em muitos momentos não sabemos o que fazer como agir, qual é a melhor decisão.
Por um lado, fomos criadas para outro jeito de viver, que não corresponde em quase nada com o que está na sociedade. Por outro lado, nossos filhos, que estão nesse mundo de meu Deus, trazem cobranças, questionamentos, dúvidas, exigências, que não sabemos como resolver. Nunca houve uma geração tão cobrada, tão colocada na parede.
Diferente de nós, nossos filhos, não aprendem com um olhar, com um assobio, com uma ordem. Eles não são sensíveis por esses sinais. Eles querem muito mais! Querem coerência, querem atenção, cobram comprometimento de cada uma de nós. Muitas vezes, mais do que conseguimos agüentar.
E não são só eles!
Somos apertadas pelos maridos, para que sejamos bonitas, inteligentes, donas de casa, boas mães, e que tragamos dinheiro para casa a fim de colaborar com o orçamento.
Como profissionais, somos exigidas até o sangue, um pouco para provarmos diariamente que somos capazes, outro porque queremos criar imagem de Eu Consigo.
Essa Imagem é um dos pontos que nos escravizam. Que nos amarram nos preconceitos, nos juízo de valores, no que deveria ser, e não no que é de fato.
Criamos em nós, através do que nossas mães ensinaram, pelos livros, pelas histórias, pelas nossas vivências, que toda Mulher tem que ser mãe. Que toda mãe tem que amar seus filhos incondicionalmente. Que esse amor, significa cuidar, proteger, encaminhar, e até mesmo controlar suas vidas.
Que temos obrigação de saber mais do que eles, de antecipar os problemas e evitá-los.
No nosso dia a dia sabemos que tudo isso não é toda verdade.
Existem outros sentimentos e outras ações misturadas a esses tão exigidos e esperados de nós.
Não sabemos tudo. Temos muito medo e insegurança de errarmos em nossas decisões.

Não estamos sempre dispostas a nos dedicar ao filho todas as nossas horas, dias, semanas, meses e anos. Também queremos cuidar de nós! Sentimos saudades de ficarmos sozinhas, de dormir até tarde, de chorar um pouco, de pedir colo, de ser cuidada.
Não fomos preparadas para ser mãe.
Não temos a menor noção do que isso significa, a não ser quando os professores nos acusam que não estamos cuidando corretamente de nossos filhos. Com os olhos cheios de lágrimas e com um aperto no estômago, perguntamos: Como assim?
O que devo fazer?
Se deixo fazer tudo, não está certo.
Se exijo disciplina, também somos muito radicais.
Se damos tudo que pedem estamos criando filhos mimados.
Se não o fazemos somos negligentes!
O que devemos fazer?
São raras as vezes que sabemos com segurança.

Essa é a mãe moderna.
Aquela que tem um monte de medos, de insegurança, de equívocos, de vontade de acertar.
Aquela que aprende a amar seu filho, no dia a dia, a cada experiência vivida.
Aquela que sabe que viemos juntos porque temos algum comprometimento e que, portanto, temos muito que aprender juntos! Que tanto vai ensinar como aprender com o seu filho, desde o momento de seu nascimento.
Aquela que acredita no diálogo, na troca de vivências com seu filho, porque sabe que ele não tem a idade que aparenta ter, mas que seu espírito é muito mais velho, e que pode sim, ter opiniões e idéias tão ou melhores do que a sua.
Aquela que acredita que a família é a primeira escola para a Evolução e que sabe, que é dentro dela, nos relacionamentos que vai se dar a maior parte da nossa evolução.
Aquela que desenvolve a paciência, a calma, a generosidade, em aceitar os Espíritos que vierem como nossos filhos. Assumindo a nossa parte na evolução de todos.
Aquela que não se sente a dona da verdade, muito pelo contrário, sabe que precisa dos filhos, do marido, dos amigos, de todos para que consiga superar os desafios.
Aquela que sabe que filhos e Mães são companheiros de viagens e precisam um do outro para Evoluir.

Deise Fernandes.

domingo, 20 de junho de 2010

FOMES!!!

Hoje lembrei-me da Fome, pensei nas “Fomes” que temos, de todas as fomes, as sólidas com gosto e cores, mas também das que são invisíveis mas causam desnutrição e doenças tão ou mais do que as primeiras.

A minha geração, tem “fome” diferente das gerações mais novas, que também são diferentes das gerações mais velhas, mas todas têm pontos em comum:
Temos fome da Verdade.
Temos fome da Justiça.
Temos fome de amigos.
Temos fome de respeito.
Temos fome de desafios
Temos fome de simplicidade.
Temos fome de sermos valorizados e aceitos, mais do que Aceitos, sermos bem vindos nos lugares que freqüentamos.
Temos muitas fomes comuns, porque são necessidades universais, eternas.
Na verdade são Valores Éticos.
E são desses valores que sentimos falta, sentimos fome!

A crise que enfrentamos, dizem os grandes pensadores, como Leonardo Boff, Leo Buscaglia, Edgar Morin, a verdadeira Crise dos dias de hoje é “Falta de Valores éticos.
Falta de celebrar o Sagrado”.

Acabamos banalizando, minimizando e deteriorando tudo.
Até mesmo nós como SER Humano.
Edgar Morin, no livro os 7 saberes da educação do futuro, diz que “...precisamos aprender a condição Humana, compreender o Ser humano”.
A gente se perdeu.
Em algum momento da nossa Caminhada, a gente se perdeu. Ou pelo menos, fomos deixando no caminho, perdendo na beira da estrada esses Valores que tanto nos fazem bem, que tanto nos fazem falta.

É possível que você que está lendo esse texto, esteja se perguntando, mas porque estou lendo isto? Porque estou perdendo meu tempo em ler essas coisas?
Sobre ética e ser Humano. Não tenho tempo para perder com o que essa Pessoa pensa a respeito desses temas. Em que ela se baseou? Onde está a fundamentação teórica?
Aqui está o problema.

Estamos tão apartados de nós, do Humano, que queremos a lógica, o racional, o planejamento, os objetivos, os resultados, os gráficos, a regra, a política, as evidências.
Esquecemos que o racional, o que tanto valorizamos e que é valorizado pelas Empresas é apenas um barquinho no mar de emoções que é o Ser Humano. Que no final de tudo o que decide o que escolhe, o que determina são nossas emoções, nossas experiências.
A maior parte do nosso tempo somos emoções.
E é por elas e através delas que vamos fazendo nossas Escolhas, criando, imaginando, fantasiando, fortalecendo modelos mentais, que insistimos em acreditar que são Verdades. As vezes nem temos consciência de estarmos sendo guiados por eles de tão enraizados, tão dentro de nossas atitudes estão. E nem percebemos que são crenças que herdamos que se pensarmos um pouco nos assustaremos com tanta bobagem, com tantos conceitos ultrapassados.

A questão maior é que nenhuma dessas Crenças, dessas Verdades, estão fazendo com que a gente seja mais Feliz.
Que a gente seja mais generoso conosco e com os outros.
Temos falhado muito em muitos pontos nos relacionamentos.
Avançamos em muita coisa, mas estamos na idade da pedra no que diz respeito aos relacionamentos.

Ainda olhamos de forma diferente para um ser humano que é da cor preta.
Para quem é mais velho ou que não tenha um pedaço do corpo ou mesmo uma parte dele que não funcione bem.
Para as Mulheres, homossexuais e os ex-presidiários.

Muitos de nós reagimos veementemente e com verdade: Mas não é bem assim! Tenho amigas mulheres maravilhosas!
Negros incríveis. Ok, deve ser verdade, existem muitos exemplos que conseguiram furar as barreiras e alcançaram sucesso e até notoriedade, apesar das dificuldades, mas a reflexão é do coletivo, e não do particular.

Se observarmos no coletivo vamos assustar.
O número de pessoas que excluímos é assustador, as estatísticas estão aí para provar. Como sociedade rotulamos e desprezamos todos os que não estão dentro dos padrões, das regras, que nosso consciente coletivo determinou como Certo, Verdadeiro, aprovado.
Não raro somos nós mesmos os excluídos. Quem não tem uma história de exclusão para contar? Pela cor do cabelo pela roupa que veste pelo conhecimento que tem enfim, por qualquer diferença que esteja em dissonância com a situação que estamos no momento.

E certamente não nos sentimos confortável em sermos postos de lado.
Está mais do que na hora de revermos nossos conceitos. De forma definitiva, profunda e Humana. Esse é o convite e um grande desafio dos tempos que se avizinham.


Deise Fernandes

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Resistência.

Quando criei esse blog foi com a intenção de escrever o que viesse em minha cabeça. Não sou jornalista, nunca fiz nenhum curso de redação, não tenho vocação para poeta, portanto, seriam textos simples, mas que registrassem minhas reflexões do momento.

Nunca pensei que esse Blog fosse um espaço para assuntos da minha vida como Deficiente visual. Eventualmente poderia aparecer temas nesse sentido, mas não necessariamente.

Tenho recebido inúmeras sugestões, questionamentos, solicitações, que eu escreva sobre minha vida de Deficiente visual. Tenho resistido até mesmo me negado em fazê-lo.
Quem me conhece sabe que não tenho nenhum problema em falar sobre minha cegueira e as grandes experiências que tenho oportunidade de vivenciar, mas fico muito incomodada com essa insistência que escreva aqui sobre esse assunto. A impressão que eu tenho é que só querem saber sobre como eu vivo com a Deficiência Visual.
Tem tantas outras coisas legais na minha vida!

Entendo que haja algum interesse e curiosidade de como fazemos isso ou aquilo, mas não precisava ser tanto! Penso que já existem informações suficientes na mídia.
A cada pouco leio algum artigo ou reportagem sobre a Vida de um Deficiente.
Será que já não está na hora de avançarmos?
Pensar no que os Deficientes pensam e como poderão agregar para os grandes dilemas da sociedade?


Acabei de ler um texto do Jairo, - JAIRO MARQUES *

Sobre O sexo dos cadeirantes, muito legal, trás uma reflexão muito interessante do ponto de vista do Deficiente.

Os sem Deficiências tem curiosidades.
Os com Deficiência, gostariam de ter o direito de só falar sobre sua vida quando quiserem.
Será que um dia desses nos entenderemos e chegaremos a um ponto em comum?

Deise Fernandes.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ÁRVORES

Acredito que as árvores fazem parte da historia de todos nós.
Lembro-me perfeitamente da que foi minha companheira de infância, era bem grande, uma Mangueira e de Manga espada.
Ficava no quintal da minha vó, e servia de boas brincadeiras com meus irmãos nos dias que minha mãe nos deixava lá para fazer alguma coisa que nós não poderíamos estar juntos.
Tenho saudades, lembrando-me agora das brincadeiras, do quanto sua sombra era confortável, e seus frutos doces e saborosos. Os anos se passavam, eu crescia e lá estava ela sempre tão generosa.

Na Escola foi o primeiro desenho que consegui fazer, uma árvore, só depois desenhei a casinha.

No ginásio, (na minha época era Ginásio e não Ensino Fundamental) Aprendi que eram as folhas das árvores que faziam a tal da “fotossíntese”, coisa complicada de entender, mas que no final das contas eram elas que limpavam o ar.

No quintal da minha casa havia muitas árvores, a maioria de frutos, pêra, laranja, limão, mamão, nas casas das minhas amigas tinham também muitas árvores, nas Praças, ruas, estrada que levavam aos sítios e Fazendas, naquela época Estrada de Terra, eram cheias de árvores.
Árvore sempre fez parte de nossas vidas, e com elas os passarinhos.

E hoje, mais do que nunca elas precisam voltar a fazer parte de nossas Vidas, voltar a nascer em nossos quintais, nas Praças, nas ruas, e pasmem, nas Florestas!
Sempre aprendemos que Floresta é um espaço cheio de árvores, mas ultimamente até esse conceito está mudando.

Precisamos retornar as nossas origens, valorizar o que sempre foi tão generoso e amigo. Precisamos voltar a respeitar as árvores, e dar mais valor a elas em pé, do que deitadas.

Precisamos reconhecer que dependemos das árvores para muitas coisas, para que limpem o nosso ar, para que nos ajudem a evitar o Aquecimento Global, para que possamos voltar aos tempos de poder ir buscar um limão no quintal, uma laranja, ou mesmo a minha manga Espada.

Precisamos perceber a importância de plantar a idéia de viver O SIMPLES o natural com a inteireza da natureza, que sustentabilidade é viver de forma simples, na harmonia do homem com o homem e seu meio-inteiro ambiente.

Deise Fernandes.

domingo, 30 de maio de 2010

POESIA!!!

Apesar do dia ter amanhecido fechado, cinzento, pensei em escrever uma poesia.
De bate pronto não consigo ter inspiração para palavras bonitas e sensíveis.
Verifiquei uma pasta onde tenho um monte de mensagens, sempre leio e gosto, fui abrindo uma a uma para ter idéia de uma poesia bem legal.

Li quase todos os arquivos e não consegui escrever nada que me agradasse.
Nada fica tão bonito e tão emocionante como os textos que tenho arquivado.
Tenho que admitir que escrever poesias não é minha competência.
Sou racional demais, prática demais!
Para ser poeta é necessário ser mais sensível, mais emocional, mais coração, saber lidar mais com os sentimentos, ter Olhos e ouvidos diferentes dos meus.

Posso praticar um pouco, colocar uma música para me envolver, escrever alguma coisa que faça sentido, mas certamente terei de “nascer de novo” para escrever uma Grande Poesia.

Não estou me limitando ao constatar essa verdade, ao contrário, estou sendo sincera comigo, tendo clareza e consciência do que sou e para que vim.
Não foi para escrever poesias. Apesar de achá-las maravilhosas, que embelezam nossas vidas, mas na divisão das tarefas aqui na Terra, essa não é a minha parte.

Nesse ponto comecei a me questionar, qual será então a minha parte?
Qual é minha responsabilidade? Qual é o legado que vou deixar na minha passagem?
Descobri que são muitos!

Deixo meu exemplo nas coisas que faço, na alegria de viver, na vontade de acertar, coragem de enfrentar novos desafios, perseverança de não desistir, mesmo quando tudo parece perdido, disposição para trabalhar, disponibilidade para ouvir, determinação em me manter no caminho do bem.

Tenho sim a minha parte, inclusive aquela de ler as poesias que as outras Pessoas escrevem e me Encantam com elas.
Afinal é necessário os que escrevem, e também os que lêem!

Deise Fernandes.

domingo, 23 de maio de 2010

Desperdício

Acabar com o desperdício, é um grande passo para colaborarmos com Equilíbrio do Planeta.
Apenas deixar de comprar o que não precisamos, nos levará a um consumo menor, e por conseqüência menor extração de matéria prima das riquezas Naturais.

Tem lógica, faz sentido, é um argumento válido e entendível, mas como é difícil pratica-lo! Somos filhos do Capitalismo, onde o TER é muito maior do que acumular coisas que não precisamos.
Poder comprar, ter a casa cada vez maior, o carro do ano, a roupa da moda, ir as festas, viagens, nos trás a sensação de Poder, de Felicidade, de Plenitude. Faz-nos sentir uma Pessoa do nosso tempo, dentro do que é mais moderno e atual.

Teremos dificuldades de evitar as compras, o sentimento de Consumista.
Não vai ser fácil deixar de entrar em uma sapataria e comprar sapatos, bolsas, roupas em liquidação, aquelas que estão na moda, parece que não estamos vivas se deixarmos de fazê-lo.


Fomos educados a ter esse olhar e valorizar o material. O espírito, sentimentos, as ações generosas, ficam para os Espiritualistas, religiosos, ou em momentos que estamos muito fragilizados e debilitados e percebemos o quanto nos fazem falta esses bálsamos.

Nesses momentos, em geral de doenças, angústias, grandes decepções, conseguimos resgatar nossos sentimentos mais profundos, mas não dura muito tempo. Assim que melhoramos um pouco, voltamos as práticas já solidificadas dentro de nós.

Temos um grande desafio, precisamos encontrar um Caminho para Mudar o Olhar,elevar nossos pensamentos e transforma-los em ação efetiva, olhar em volta e perceber aquilo que é desperdício e conseguirmos viver com o suficiente.

Mas antes, precisaremos entender o que é Suficiente, com a cabeça do Consumo sem limites, não iremos avançar, nada vai melhorar.
Vamos ter que repensar nosso jeito de Olhar e aceitar a nós mesmos, de compreender o outro, de ser sensível e ver as mudanças na Natureza, de perceber o que está acontecendo com a nossa vida.

É um desafio considerável, mas se conseguirmos seremos conhecidos como a Geração que Salvou a Vida no Planeta.

Deise Fernandes.

domingo, 16 de maio de 2010

SUSTENTABILIDADE

Na semana passada participei da Conferência Internacional do Instituto ETHOS, que nesse ano teve o tema: “O MUNDO SOB NOVA DIREÇÃO”.
Durante quatro dias mais de 1000 pessoas ficaram dentro de um Hotel em São Paulo, ouvindo, aprendendo, dialogando, sobre a situação atual e as alternativas para a qualidade da Vida no Planeta, levando em consideração os aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Todos os palestrantes, cientistas e estudiosos do mundo Inteiro, trouxeram a urgência em mudarmos de crenças, de atitudes, de direção, do contrário estamos condenando a vida no Planeta para no máximo mais 100 anos. Alertaram que o Planeta continuará, não é a Terra que está correndo risco, mas a Vida que vai terminar. Os Seres Vivos do nosso Planeta não conseguirão sobreviver com as condições do clima, da poluição das águas, do ar e da terra.

Falaram sobre a Ética, de uma Democracia Comunitária e Planetária, da Afetividade, da disposição para a Paz, para a colaboração, cooperação, consumo consciente, visão sistêmica, da inclusão de todos os seres vivos como nosso irmão, como possibilidade única de enfrentarmos esse grande desafio. O maior que a Humanidade já enfrentou.

Aprendermos com os animais, como vivem, como enfrentam as dificuldades, respeitar o que nos garante a Vida, criar vínculos afetivos com todas as pessoas e todos os seres vivos, parar de pensar e trabalhar para a Guerra e se dedicar a PAZ, combater o individualismo, o egoísmo, o orgulho, a ganância, ainda é a única forma de conseguirmos parar com a destruição da Vida no Planeta, e depois revertermos ao máximo o que já fizemos, e que sabemos que nem tudo será possível recuperar.

Os Valores que deixamos de seguir desde o século passado, que levou a Falta de Cuidado com as pessoas e com o Planeta, e que ainda nos fazem falta para colaborar com a Vida no Planeta Terra, são aqueles que aprendemos desde a muito, mas que ainda não conseguimos de fato, colocar em prática.

Desta vez, não temos alternativa, chegamos no limite. Mudamos nosso jeito de ver e fazer as coisas ou Mudamos nosso Jeito de ver e fazer as coisas.
Ao contrário, não teremos história para contar. Não haverá Vida Humana no Planeta.


Deise Fernandes.

domingo, 9 de maio de 2010

Dia das Mães

Hoje já li tantas mensagens para as mães! Com várias conotações, mas a maior delas é do amor Incondicional. Eu concordo, sei o quanto amo meus 3 filhos, mas quero trazer outra reflexão.
Na verdade, esse dia foi criado pelo Comércio. Para uma pessoa tão importante na vida de todos nós, criar um dia, uma data que podemos homenagia-la, é um prato cheio para mais vendas no comércio de toda ordem.

Não podemos deixar de ter essa consciência, mas esse dia trás também oportunidade de pensarmos nesse papel que a maioria das mulheres tem, e que as que não tem, exceto as que é opção, sofrem por não poder serem chamadas de mãe.

E sofrem de verdade! As que conheço sofre mais de não ser mãe dos que as mães sofrem com seus filhos.

Porque nenhuma de nós pode negar o quanto é maravilhoso ser mãe, e na mesma medida, (as vezes até mais) o quanto é sofrido em sê-lo.
Como dizia o poeta vinícius de Moraes: “ Filhos, melhor não te-los, mas se não te-los, como sabe-los.”

Em definitivo, ser mãe trás sofrimento, preocupação, angústia, e até desespero.
Em agosto do ano passado, meu filho andré, teve gripe que evoluiu para peneumonia. Ele sarou em uma semana, eu ainda estou doente por conta disso. Tive um desespero tamanho, perdi o chão, o ar, o equilíbrio de uma certa forma, que ainda não recuperei totalmente minhas forças físicas e emocionais.

Situações como essa acontece com todas as mães, todas que sofrem profundamente com a saúde de seus filhos, com sua segurança, quando saem para as baladas e festas e voltam de madrugada.

Meu Deus, quanto rezar!
Quando estão em dúvida de que faculdade fazer, e ao procurar no jornal o resultado do vestibular! O coração vem na boca. Nas entrevistas para emprego, na torcida de que encontrem um parceiro amoroso, atencioso, que o faça feliz.
A vida de mãe é rezar, pedir a Deus que os proteja, que os ajude, que os ilumine.

Estamos sempre com o celular ligado, mesmo de madrugada, aliás, principalmente de madrugada. E se precisarem de alguma coisa!

É comum nossos maridos ficarem de lado. Vamos sair para passear, mas depois de 2h, o pensamento vai para os filhos. Como será que estão se arranjando? Será que irão comer? Se agasalhar? E olha que meu filho caçula tem 21 anos!
Sei que não sou a única, quase todas as mães do mundo pensam assim.

Somos muito carinhosas, preocupadas, cuidadosas, ansiosas, algumas vezes exageradas na proteção e no senso de responsabilidade com os filhos.
Apesar de algumas diferenças de época, nossas mães foram do mesmo jeito, e as mães de nossas mães também, isto é, desde que o mundo é mundo, depois de sermos mães, parte de nossas vidas, de nossas preocupações e cuidados, ficam vinculadas aos nossos filhos.

Grande parte de nosso amor, de sentimentos, da parte boa que temos, também é por conta deles.

São eles que nos ensinam a ter paciência, como nenhuma outra experiência consegue.
Ser menos egoísta, ser mais carinhosa, atenciosa, desapegada, até mesmo ter mais vontade de melhorar pessoal e profissionalmente.
Ser mãe é uma enorme oportunidade de crescimento, de evolução.


Uma vez li em um pára-choque de Caminhão: SER MÃE É PADECER NO PARAISO.
Perfeita definição. É exatamente esse sentimento.

Sou mãe, porque meus filhos existem.
E essa é a mais forte experiência de Vida compartilhada, dedicada, amorosa que tenho.
É sem dúvida a experiência que me faz crescer todos os dias.

Filhos, obrigada por serem meus Filhos.

Deise Fernandes/ Mãe

segunda-feira, 3 de maio de 2010

AUTO-ESTIMA

Todos temos consciência que precisamos acreditar em nós, em nossas capacidades para conseguirmos realizar nossos Sonhos.
Sabemos ainda que temos muitas qualidades, competências, potencialidades, e que sem dúvida poderíamos fazer, conquistar, enfrentar muitas coisas. A questão é, Porque nem sempre acionamos essa Pessoa em nós?

Parece que temos várias pessoas dentro de nós, aquela que tem coragem e enfrenta os desafios, aquela que tem medo e fica imobilizada diante das dificuldades, aquela que tem vontade de avançar, aquela que tem preguiça de sair do lugar, aquela que quer ser carregada, outra que quer liberdade para Caminhar.
Temos todas elas, o que faz a diferença é qual delas está de plantão na situação.

Qual delas estamos alimentando no nosso dia a dia.
Qual delas queremos que seja a nossa verdadeira face.
O que também depende de toda a nossa história e nossas experiências.
As oportunidades têm muita influência na escolha de quem queremos ser.
Quem queremos acionar nas diversas situações.

Se por acaso conseguimos mais sucesso com a Pessoa frágil, temos a tendência de nos colocarmos assim em situações difíceis, mas se ao contrário, o que resultou foi o posicionamento guerreiro, vamos acionar essa força para todas as situações.

Tem a ver no fim e acabo com aquilo que nos faz mais Felizes, o que também tem sentido com nossos valores, crenças e Ética.


No fundo todos temos auto estima, de verdade, todos queremos Conquistar e avançar ao encontro de nossos Sonhos, a diferença é como estamos fazendo isso.
Como queremos conquistar e superar nossos desafios.
Como estamos construindo nossa Felicidade.
O que Escolhemos para Viver melhor.

Deise Fernandes.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Feliz Aniversário Filha.

Filha, hoje você completa 27 anos. Exatamente com a sua idade eu ganhei você, e, de fato foi um presente.

Você sempre foi a Filha que eu pedi a Deus, super responsável, comprometida, sincera, sempre com princípios e valores que nada e ninguém consegue corromper.

Você transformou meu sonho de ser mãe em realidade. Do seu jeitinho, tão carinhosa, conseguiu fazer que eu superasse os medos e insegurança de cuidar de uma criança.
A maior dificuldade que tive foi quando você começou a gatinhar. Não queria ficar no meu colo, queria chão, e curiosa como é, ia procurando cantos novos, espaços desconhecidos, e quando estávamos sozinhas, tinha receio que se machucasse.
Para que isso não acontecesse, coloquei um sino no seu pescoço, e assim superamos essa dificuldade, porque você gostou tanto do sino, que vivia batendo e fazendo barulho, e eu sempre sabia onde estava.

Foi com você que aprendi a ser mãe. Obrigada Filha.

Entrou na Escola com 6 anos, e só saiu com 21 já formada na Faculdade.
Nem cursinho fez, nunca repetiu de ano. Nunca desistiu do seu sonho profissional, que, aliás, descobriu muito cedo qual era a sua vocação.

Enfrentou morar em São Paulo, te admiro muito por isso, eu não seria capaz.
Tem um milhão de amigos, consegue entender, aceitar, respeitar a cada um do jeito que são. Gosta de todos, cuida de cada um. É criativa, amorosa, inteligente, responsável, interessada, curiosa, bem humorada.
Adora criança, animais, e as pessoas idosas!

Não é exagero de mãe, quem te conhece sabe que estou falando a verdade.
Sou sua fã filha!!!!

Gosto da Pessoa que você se transformou, até mesmo seus defeitos, combinam com vc.
Olha para a vida com expectativa de dias melhores, e se demoram a chegar, vc mesma vai atrás. “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, esse é o seu lema, né filha?

É independente desde pequenina. Lembro-me, um dia te encontrei em cima da cadeira, perto da pia, tomando água. Não tinha nem 2 aninhos, e já não mais me pedia água, deu um jeito de conseguir fazer sozinha.

Parabéns filha.
Toda Felicidade do mundo!
Seja o que vc é.
Vc ainda tem muita vida pela frente. Muitos sonhos a conquistar.
Não tenho dúvida que os conquistará. Vc é Guerreira.
Guerreira do Bem.

Um imenso e carinhoso Abraço.

Mãe.

domingo, 25 de abril de 2010

Carta da Terra

Ao ler a carta da Terra temos a impressão que estamos lendo uma poesia, de tão sensível carinhosa, Ética, cuidadosa que é.
Difícil não ficarmos emocionados e comovidos com suas palavras e indicações. Ela consegue acionar em nós o que temos de mais Humano, que aliás é a nossa essência.

Percebemos o quanto está nos fazendo falta esses sentimentos. O dia a dia, a rotina, a corrida atrás da sobrevivência, acaba nos afastando desses Valores, virtudes, sensibilidade, que temos dentro de nós, mas que de alguma forma está sendo abafado.

Essa carta aciona o lado mais nobre de nossa essência. A vontade de cuidar, de colaborar, cooperar, de fazer parte, de lutar por causas nobres e verdadeiras.
A Carta da Terra nos relembra sensibilidade, ideais superiores.

Existem muitas pessoas pensando em como traduzir a Carta da Terra em ações concretas, e acredito que encontraremos as formas, mas não podemos deixar que a poesia e o encantamento dessa carta se perca, me parece que a grande contribuição que ela trás é sentirmos que todo Ser Vivo é nosso irmão e que a Terra é a nossa casa.
E assim nossas atitudes e disposição para fazer o que tem de ser feita, muda completamente.

Vídeo da carta da terra:
http://www.youtube.com/user/ECInternational#p/u/6/Na58ssHw6jA

Deise Fernandes.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Tempo

O Tempo deve ser um dos temas mais debatidos em nossas vidas. Ele que nos orienta, nos indica o quanto podemos fazer, qual é o nosso limite.

A vida não acaba o que acaba é o nosso Tempo aqui na Terra.

Temos tempo para tudo, nascer e, é incrível como nascemos no tempo certo. Eu não seria a mesma se tivesse nascido em outro dia, em outro mês.
Tempo para aprender a falar, a andar.
Tem um grande amigo meu que diz que o nosso maior desafio é aprender a andar. Nossa coluna não foi feita para andarmos em pé, e, ele concluí: depois dessa proeza, nada mais é difícil.
E olha que conseguimos essa vitória quando éramos crianças.

Tempo para aprender a ler, a escrever, a nos relacionar, a conviver, a sermos rebeldes, a sentirmos inseguranças e medos, a nos conhecermos melhor.
Temos Tempo para fazer coisas bem legais e outras nem tanto.
Temos Tempo para observar, criticar, argumentar, refletir e meditar.

O Tempo é nosso amigo.

Ele apresenta a cada minuto oportunidades e possibilidades infinitas.
A questão maior não é o Tempo, são nossas Escolhas.

Escolher aproveitar o Tempo para aquilo que faz sentido, que vai nos fazer melhor. Mas,
nem sempre conseguimos.

Usar o Tempo em atividades e ações que nos ajudem a crescer com mais Ética, humanidade e Respeito.
Nem sempre somos sensíveis para esses sinais.

Ganhar tempo com as conversas positivas, reflexões afirmativas, meditações com profundidade e humildade.
Precisamos “amadurecer” para valorizar esse Tempo, e “gastar” algum tempo até chegar aqui.

Bom mesmo é Cuidarmos do Tempo que temos de vida para que não seja PERDA DE TEMPO termos nascido.

Deise.

domingo, 4 de abril de 2010

SUPER PROTEÇÃO

Texto sobre super proteção

Em algum momento de nossas vidas temos necessidade de proteção, de nos sentirmos acolhidos, acarinhados, e até mesmo que o outro nos defenda, resolva todos os nossos problemas; que não precisemos fazer nada, apenas ficarmos quietos e de preferência, deitado no colo de nosso protetor. Quando somos bebês, essa é uma condição fundamental, não temos maturidade e nem força física para podermos nos cuidar. O Homem é um animal que demora muito tempo para conseguir assumir sua independência.

A questão é que muitos de nós temos dificuldade de saber quando termina a época do “bebê” e começa a da independência. Tanto nossos pais como nós filhos temos essa dificuldade de avaliação, e quanto mais isso não fica claro, mais e maior acontecem os equívocos.

Se somarmos ainda uma deficiência, as dificuldades, dúvidas, inseguranças aumentam muito! Os pais não recebem um manual de como educar seus filhos, a educação tem que ser feita por tentativa e erro ou baseada na educação que receberam, que também não contava com nenhum manual, e, portanto não são perfeitas. Tudo isso se potencializa quando existe uma deficiência.

Não sei onde começa, mas em algum momento a proteção que é benéfica evolui para super proteção que invariavelmente traz sofrimento.
As inseguranças de pais e filhos os levam a se protegerem além do necessário, segurando uns aos outros para que possam agüentar os desafios, que de fato não são fáceis! Mas, os resultados dessa relação acabam sendo prejudiciais aos protetores e aos protegidos. Vamos desenvolvendo em nós mais inseguranças, e mais necessidade de proteção, e vira um círculo vicioso.

A única solução é enfrentar nossos medos, nos conhecer melhor, nos aceitar como somos, conseguir ter coragem de enfrentar nossos Leões, e devagar, no nosso ritmo, superarmos os limites, que na grande maioria são criados por nossos receios e falta de conhecimento.

Minha experiência de 54 anos e cega desde os 15, mostra que no fim e a cabo, quem determina como seremos tratados somos nós mesmos! Independente de como os outros nos enxergam ou de suas expectativas em relação a nós, somos donos da batuta e queiramos ou não, acreditemos ou não, somos nós que somos o Maestro.
Lembro-me que quando fiquei cega houve grande confusão e equívocos tanto da parte de meus pais como da minha, e a primeira ação é de nos fortalecer nos deixando proteger por nossos pais, e eles por sua vez, também se sentem responsáveis em nos Proteger.

Tem também a questão do que transmitimos para os outros, do quanto demonstramos inseguranças e medos. Hoje sou mãe e trato meus filhos de acordo com o que eles demonstram, um com mais cuidado, outro mais solto, outro ainda com muita insegurança. Como mãe, quanto mais me sinto segura, mais não me sinto responsável em proteger.
No fundo, em definitivo, cada um de nós é que alimentamos o que pensam e como nos tratam, somos de fato os Maestros de nossas Vidas.

A música, o tom, o ritmo dependem do que queremos, do que gostamos, de nosso propósito de vida, nossos objetivos, que nem sempre são claros. Hoje quando lembro de alguns fatos passados, percebo que nem sempre sabia o que estava fazendo, mas existia uma força interior muito mais forte do que eu, e que me impulsionava para continuar, para não desistir, para tentar outra vez, e às vezes, na verdade, inúmeras vezes, para bater de frente com os “protetores”, que vinha através dos outros, mas também por mim mesma. Aqueles famosos “Não vai dar certo!” “Você não vai agüentar.” “É muito difícil.” “Nunca ninguém conseguiu.”, e minha voz interior: “Não sei como fazer... É muito grande pra mim... eu não merecia isso! Coitadinha de mim...”

Enfrentar esses limitadores, não é uma tarefa fácil para ninguém, e quando temos uma deficiência, que não sabemos direito como superar, causando insegurança e medo, os sentimentos e pensamentos negativos, somados aos reforços externos, particularmente de nossos amigos e familiares, podem nos imobilizar totalmente.

Para mim, de longe, esse é o maior desafio: Superar nossos medos e inseguranças. Acreditar no nosso potencial. Assumir os riscos e sacrifícios em busca de nossos sonhos. Saber ouvir o coração e se deixar guiar por ele. Ser amável, compreensiva, mas não se deixar influenciar pelos outros.
Em definitivo, se conseguirmos desenvolver tudo isso em nós, seremos capazes de conquistar a Felicidade.

Deise Fernandes

sábado, 3 de abril de 2010

TENHO QUE...

É incrível como nos colocamos obrigações, responsabilidades, atividades que precisam ser cumpridas, telefonemas a dar, aulas a preparar, visitas a fazer, estudar um texto, enviar uma mensagem, e por aí vai!
Até no lazer acabamos colocando na agenda das obrigações, aquele casamento que não posso faltar, o filme que preciso assistir, o almoço de domingo que toda a família está aguardando.

O pior é que quando estamos sem nada na Agenda, ficamos analisando, pensando:
Será mesmo que eu não tenho nada para fazer agora?
E se esse tempo for longo, a sensação é de inutilidade, desconforto, de preguiça, de estar perdendo tempo.

Porque será que vamos nos impondo tantos compromissos?
Porque não fazemos tudo mais devagar e com mais liberdade, e no fim das contas, com maior prazer e espontaneidade?

Hoje estou no dilema: “TENHO QUE” preparar uma palestra sobre Responsabilidade Social.
TENHO QUE preparar uma Oficina de SA 8000.
TENHO QUE corrigir provas dos meus alunos da Faculdade.
TENHO QUE preparar aula para a semana que vem.
E Pasmem! TENHO QUE, receber os cumprimentos dos amigos, porque hoje é meu aniversário.

Não estou exagerando?
Já não está na hora de me lembrar que sou limitada e Humana?

Deise Fernandes

sexta-feira, 2 de abril de 2010

REDES DE RELACIONAMENTOS

Já ouvi falar que com a facilidade da tecnologia as Redes de Relacionamentos ficam cada vez mais fortes, mas nunca tinha experimentado essa força com tanta intensidade.

Para divulgar esse Espaço tenho visitado os endereços e cartões que acumulei nesses anos, e tenho sentido muito prazer em lembrar de pessoas que a muito não vejo, e que saudades sinto!
Tenho encontrado comentários nos textos de pessoas que gosto muito, outras que conheci a muito tempo, mas fazem anos que não nos vemos, outras que acabei de conhecer, e mesmo alguns que só pelo nome não me recordo.
Essa diversidade nos meus relacionamentos me empolga.

Por outro lado fico pensando, como seria bom se tivéssemos mais tempo para nos conhecer e nos relacionar mais e melhor.

São tantas pessoas que passam por nós, pelas nossas vidas, que de alguma forma nos deixa um pouco de si. No final das contas é a soma de todas elas que fazem de nós o que somos.

Sei de tudo isso, mas tenho que admitir que meus relacionamentos, mesmo os mais próximos, poderiam ser mais profundos. Deveriam ter mais o meu tempo e minha dedicação.
Conhecemos muita gente e somos extremamente sozinhos.

Carecemos de profundidade. A justificativa é que não temos tempo, mas na verdade, acho que não sei abrir todas as portas para o outro, não tenho coragem de me comprometer, de conhecer e me deixar conhecer, sem reservas, sem a necessidade de preservar a individualidade.

Vamos nos acostumando a superficialidade, ao passageiro, ao descartável, a nos preservar e acabamos tendo a mesma postura até em nossos relacionamentos.
Mesmo as Redes, dentre elas esse Blog é um jeito solitário e distante de me comunicar com meus amigos, escrevo daqui, e vocês lêem daí. Fazem comentários, eu leio ou respondo quando e se tiver vontade, e assim temos a ilusão de estarmos nos relacionando.
Ou melhor, estamos nos relacionando do jeito moderno, com o uso da Tecnologia.

É um bom começo, mas precisamos encontrar formas de voltarmos a dialogar, de ouvir o outro olho-no-olho, de contar histórias, de ouvir histórias, Nossa! Que vontade de ter esses momentos.
É nessa troca de energia pessoal frente-a-frente, que conseguimos de fato cultivar sentimentos.

Acho que estou em crise de saudosismo! Também pudera, amanhã é meu aniversário???

Deise Fernandes

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ELETROSSAURA

Hoje estou completando 30 anos de CPFL. Tenho muito a Agradecer.
Aqui fiz grandes amigos, construí minha vida profissional, aprendi muito como pessoa.
Entrei como estagiária de sociologia, sem nenhuma experiência profissional significativa, insegura, imatura, e tive um acolhimento amoroso e afetuoso por essa empresa.

Naquela época não existia ledores de tela, poucas Mulheres na empresa, (menos ainda do que hoje) não tinha Lei de Cotas, foi mesmo abertura e coragem de enfrentar o desafio, tanto por mim como por todos da empresa.
Agradeço a oportunidade.

Sei que a história dos meus filhos não será a mesma. Hoje o Mercado de trabalho mudou, e o comum é que os profissionais fiquem no máximo 5 anos em cada organização.

Tenho clareza das vantagens desse novo jeito de construir uma carreira, mas não deixa de ter valor aquele que permanece por 30 anos em uma mesma Empresa.
Na verdade, nunca é a mesma, nem a empresa e muito menos os profissionais.

No caso da atual CPFL- Energia, mudou totalmente. Entrei na CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz, uma única empresa, estatal e hoje somos uma Holding com 36 empresas. Não somos apenas do Estado de São Paulo, já conquistamos outros Estados.
No meu caso, eu só tinha a graduação, hoje já fiz inúmeros cursos de especialização, grande parte deles dentro da Empresa, passei por várias áreas, aprendi muito em cada uma delas. Sou professora Universitária, e também posso dizer que já conquistei mais espaço do que tinha em 01 de abril de 1980.

Em definitivo, só tenho a agradecer. Mesmo os momentos mais difíceis me trouxeram uma lição e um aprendizado.


Agradeço a tudo e a todos.

Deise.

quarta-feira, 31 de março de 2010

NIVER DO ANDRÉ

Hoje meu filho André completa 21 anos!
Lembro-me de cada detalhe de seu nascimento, 51cm, 4.100 quilos e cem gramas, a mão muito grande, desproporcional para um Bebê, chorou imediatamente depois de nascer, em alto e bom tom. Aliás, chorou muito até completar 3 meses. Teve muita dor de barriga, uma alergia que nada curava, dor de ouvido, nascimento dos dentes com 30 dias. Confesso que não foi fácil esses primeiros meses, mas hoje percebo que ele se depurou tudo o que devia nesse tempo , porque depois disso ele quase nunca chora e raramente fica doente.


Hoje é um jovem de 1,87m, alegre, cheio de vida, adora gente, tem muitos amigos, (não vive sem eles.) gosta de passear, viajar, Festas, baladas, e tudo que os Jovens de hoje fazem. Tem também os momentos de insegurança, medo, solidão, paixão.
Nossa! É tão legal reviver todas essas emoções junto com os filhos.
Escreveu um livro com 17 anos, está no terceiro ano de Publicidade, tira fotos incríveis, aprendeu a dirigir carro com 14 anos só olhando para o pai na direção, tem facilidade para línguas, é super criativo, amoroso, carinhoso, disponível, quando fica triste a casa fica triste. Ele trás alegria energia boa por onde passa.

Sabemos que a cada 7 anos nossas vidas mudam, portanto, ele está entrando em uma fase de mudanças, e não tenho nenhuma dúvida que para muito, muito melhor. Ele quer se realizar. Tem buscado seus caminhos e se esforça muito para acertar. E vai conseguir.
O Universo irá conspirar a favor. Ele tem uma energia boa é ético e verdadeiro.
Em tudo e por tudo tem Sentimentos puros e nobres.

Filho que Deus te ilumine sempre.
Seja Feliz, não desista nunca.
Vá em frente, você tem tudo para chegar onde quer, e vai chegar.
Confio em você. Acredito em você.
Conte comigo sempre.

Obrigada por ser meu filho.
Ser sua mãe me faz uma Pessoa muito melhor.
Aprendi e aprendo muito com você, filho!

Te amo muito.

Feliz aniversário.

Deise / Mãe.

terça-feira, 30 de março de 2010

Diferença entre Visão Sistêmica e Atenção aos Detalhes

Ao reler o texto que postei ontem, percebi que cometi um equívoco no título, na verdade o certo deveria ser: Dedo do pé e Atenção aos Detalhes.
Tem relação com visão sistêmica, mas não totalmente.

Visão sistêmica é a consciência da interdependência entre tudo o que existe. Moramos em um Planeta azul, onde tudo está relacionado, inclusive a camada azul que nos circula.
A vida de tudo e todos têm inter-relação, e se uma das partes não estiver bem, tudo o mais, não estará bem. (aqui faz sentido o meu dedo).

Ter Visão sistêmica é saber que somos dependentes, precisamos uns dos outros para tudo. O comum é acreditarmos que somos livres, independentes, auto-suficientes. Grande ilusão. Nem levantar da cama conseguimos sozinhos, precisamos do despertador.
Em nosso cotidiano, se de fato prestarmos atenção nos detalhes, vamos perceber que precisamos de tudo e de todos.
Daqueles que construíram nossas casas, antes disso de quem fez o tijolo, cimento, telhas... No banheiro, pasta de dente, escova, sabonete, toalhas. As roupas que vestimos, comida que comemos, transporte, lazer, medicamentos... Nossa! Não vou dar conta de escrever tudo aqui.
Nas relações em casa, nas empresas, nas Escolas, na sociedade, tudo se relaciona tudo depende um do outro. O que acontece com uma das partes, todas as outras serão afetadas, pelo positivo ou pelo negativo.

Na semana passada fui ministrar palestra em uma empresa, e, para exemplificar trabalho em Grupo e interdependência jogamos Escravos de Jô.
Foi muito interessante a reflexão, tínhamos 20 minutos para ensaiar e fazer uma apresentação perfeita. Não conseguimos!
Repetimos inúmeras vezes, mas vários pontos não deixaram que chegássemos ao final com sucesso. A caneta caia, muitos não sabiam a música, não acompanhavam o ritmo da música e não tinham a mesma velocidade dos demais. No final de cada ensaio, tinha sempre uma pessoa com várias canetas na mão e esse mesmo número sem nada.
Para alcançarmos os objetivos, precisamos da participação de todos, do conhecimento de todos, da habilidade de todos das atitudes de todos. Precisamos encontrar formas e mecanismo de criar unidade, cooperação, coordenação e Respeito as diferenças. Só assim chegaremos aos Resultados que queremos.

Ter visão sistêmica, é se sentir junto, é estar conectado com as pessoas, os animais, as plantas, os rios, o ar, e tudo que faz parte desse nosso Planeta Azul, e saber que somos influenciados e influenciamos, afetados e afetamos tudo o que acontece.
No fim e a cabo, nunca estamos sozinhos, porém só!

Deise Fernandes

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dedo do pé e Visão Sistêmica

Hoje de manhã perdi hora, confesso que não foi a primeira vez, mas hoje foi quase irreparável. Pulei da cama, corri para o banheiro, mal lavei o rosto, escovei os dentes rapidinho, e só de pé, mas ainda dormindo, fui para o guarda-roupa pegar algo para vestir. E foi nesse caminho que fiz a melhor coisa da manhã, dei uma topada no dedinho do pé.
Não uma topada comum, mas uma em cheio, com todas as letras! Que dor. Que vontade de gritar. Que vontade de chorar, justo hoje! Justo agora!

Passei o dia inteiro lembrando do dedo, sentindo o dedo, pensando no dedo.
Não fiz nada direito, o medo de bater novamente, me inibiu muito em meus movimentos.
Mas um dedinho, uma parte tão pequena do meu corpo, pela lógica não deveria ter tanta influência no meu dia e nos meus resultados.
Mas teve, e como teve.

Na correria dos dias, na busca dos resultados, é comum nos esquecermos dos detalhes.
É mais fácil enxergarmos as grandes estratégias, os movimentos maiores, o resultado final, e por falta de tempo ou de dar importância deixamos os detalhes sem a devida atenção.

Todos já tivemos experiência de perceber o quanto fez falta esse ou aquele pedacinho do processo. É um e-mail que deixamos de enviar para comunicar uma pessoa, um procedimento que esquecemos de escrever, uma política que faria toda a diferença, ou mesmo uma reunião rápida para avisar todo mundo o que vai acontecer, a criação de parcerias para o sucesso do programa, ou mesmo uma música na hora, ou um “Muito obrigado.”, “Parabéns!”.

Temos visão sistêmica para as peças maiores de um quebra cabeça, e não valorizamos as peças menores.
Uma vez, um dos meus filhos tinha um quebra cabeça e perdeu a menor peça da imagem, e sempre que ele montava, o que mais ficava em evidência era aquele buraquinho.
Façam essa experiência, vejam que incrível. De toda a paisagem, mesmo que tenham 2000 peças, a falta da menor delas chama atenção, aliás, é o que mais chama atenção.
Assim foi com o meu dedo, apesar de ser pequeno, chamou atenção o dia inteiro e não me deixou trabalhar direito.

Ainda vou demorar alguns dias para conseguir andar normalmente, sem medo de dar outra topada no mesmo dedo. A falta de atenção demora algum tempo para superar. Apesar da compensação que os outros dedos fazem, ainda assim, seria melhor não ter batido meu dedinho.

Deise Fernandes.

domingo, 28 de março de 2010

Brisa e a Diversidade

Minha cachorra, Brisa, teve 7 filhotes. Todos são diferentes, cada um de cor diferente, de personalidade diferente.
Fico encantada quando estou ao lado deles, e como é fácil perceber a Diversidade que tenho em minhas mãos.
Têm um cinza e preto que é o líder, sempre vai primeiro, chama os irmãos, está sempre procurando uma forma de sair do espaço onde estão ou pesquisando o ambiente.
Outro preto e branco tem as pernas bem curtinhas, é o mais gordo de todos, mais quieto, mas com muita fome, tem uma carinha de porquinho, tem hora que nem parece que é cachorrinho.
Uma fêmea preta com manchas brancas, super peluda, que é toda dengo, quando chego perto, vem logo para o meu colo.
O mais bonito é um branco com manchas pretas bem definidas, e até parece que ele sabe que é o mais bonito, é todo garboso, com a cabeça sempre levantada e andar elegante.
A fêmea que nasceu em quarto lugar, e que até pensamos que não iria sobreviver, é a mais pequenina, mas muito esperta, e já foi embora para sua nova casa.
Um preto inteiro é o mais comum, com cara de cachorro, mas mesmo ele trás a sua marca, tem o rabo curtinho.
Por fim, a fêmea preta, é chorona, carente, parece que nada e nenhum lugar é bom o bastante.
A Brisa trata cada um deles diferente. Já há vi passando a língua na preta carente, latindo para o cinza e preto, dando de mama só para o gordinho de pernas curtas, deixando que a preta dengosa durma em cima de sua barriga, brincando de pega-pega com a preta mal humorada, e amamentando a todos.

A Brisa tem um ano e meio, e já sabe Respeitar o diferente e as individualidades tratando cada um de seus filhotes de acordo com o seu jeito de ser.

Ao prestar atenção nas simples coisas que acontecem há minha volta, percebo que temos muito que aprender, e, neste caso com os animais.

Deise Fernandes

Apresentação

BLOG: Todos-Olhares

Uma amiga me sugeriu que criasse um blog, para poder registrar minhas experiências, vivências e conhecimentos acumulados em meus 53 anos de vida de aprendizados.
A idéia me entusiasmou e comecei o processo dessa construção.
Porque um blog para registrar minhas idéias?
Por ser um espaço acessível a todos, e a meu ledor de telas, (Virtual Vision) por ser rápido e simples.
Que nome?
Teria que identificar como um lugar onde se possa falar de muitos temas, como diversidade, família, sociedade, educação, sustentabilidade, Gestão de Pessoas, atendimento ao cliente, vida Jovem, música, poesia, arte, consumo consciente, ética, e muito mais!
Teria que ser abrangente, onde não só eu pudesse escrever, mas também meu marido e meus filhos, quando quisessem e sentissem vontade.

Muitos foram os nomes que surgiram, mas o que mais fez sentido foi:
“TODOS-OLHARES”
TODOS-OLHARES para tudo. Para o que vivenciarmos e entendermos que vale a pena compartilhar.
TODOS-OLHARES, a respeito do que nos interessa e intriga.
TODOS-OLHARES, sobre assuntos variados do passado, presente e do futuro.

É isso, simples assim, TODOS-OLHARES.

Aguardamos os comentários de todos para que enriqueçam esse Espaço cada vez mais e que de fato tenhamos TODOS-OLHARES, o Nosso e o de Vocês!

André Fernandes, 21 anos.
Deise Fernandes, 54 anos.
Marco Fernandes, 55 anos.
Mateus Fernandes, 22 anos